ORLANDO ALVARENGA

Orlando Oliveira Alvarenga – (1899-1932) um dos estudantes mortos na Revolução de 1932, junto com Martins, Miragaia, Drausio e Camargo. Natural de Muzambinho. Veja site: http://www.geocities.com/Athens/Troy/9288/indice.html. Seria o quinto do MMDC, mas foi omitido. 

Orlando Alvarenga

            Sobre o herói da revolução de 1932, vamos apresentar texto do INSTITUTO HISTÓRICO GEOGRÁFICO DE SOROCABA, disponível na Internet.

Colar Cruz do Alvarenga e dos Heróis Anônimos

Preâmbulo
                        Desde de 1976, o Dr. Hely Felisberto Carneiro reivindicava a correção da falha histórica, assim como o resgate da memória de Orlando de Alvarenga, ao merecido lugar de destaque na  história da revolução constitucionalista paulista.
                        O Prof. Adilson Cezar, Presidente do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba, idealizou e desenvolveu a criação desta láurea que, em reunião de 09 de novembro de 1993, a Diretoria da Sociedade Veteranos de 32-MMDC aprovou como medida atenuadora ao esquecimento desse mártir e, por extensão, a todos os muitos “Heróis Anônimos” que tombaram pela causa constitucionalista.
                        Neste ano em que se comemora o septuagésimo aniversário da Revolução Constitucionalista, a Diretoria do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba resolveu chamar a si a iniciativa de concretizá-la.
                        A finalidade da mesma é galardoar as personalidades civis, militares e instituições públicas e privadas, que tenham contribuído de alguma forma para a recuperação histórica e a preservação da ordem constitucional e, assim, prestado relevante serviço ao povo paulista e para o engrandecimento do Brasil.

Descrição
No Anverso
                        Uma cruz de goles, com 70 mm. (setenta milímetros) de comprimento, por 10 mm. (dez milímetros) de largura, sobreposta a uma cruz de sable, com 60 mm. (sessenta milímetros) de comprimento, por 16 mm. (dezesseis milímetros) de largura, carregada de monogramas, com as letras MMDC A, tudo de ouro, cada uma em um braço, no sentido horário, sendo a última no centro.
                        Tudo sobreposto a duas espadas cruzadas, de 70 mm. (setenta milímetros), de prata e guarnecida de ouro.
No Reverso
                        No centro, o Brasão do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba.
A Fita
                        Essa composição é suspensa ao pescoço em forma de colar, sendo a fita de gorgorão de seda chamalotada, com 35 mm. (trinta e cinco milímetros) de largura, com as seguintes cores, às quais correspondem os esmaltes e metais:
                        De goles (vermelho) com uma listra central com 15 mm. (quinze milímetros), e em seqüência uma listra de prata (branco) de 5 mm. (cinco milímetros) e nas bordas uma listra de sabre (preto) com 5mm. (cinco milímetros).

Justificativas
A Cruz
                        A Cruz sempre foi símbolo por excelência do sofrimento, do martírio, espiríto de abnegação e doação e é dessa forma utilizada por uma grande parcela da humanidade.
                        Das peças utilizadas pela medalhística, é das mais importantes e nobres, sendo muito difundida no mundo cristão ocidental, e é principalmente representativa dos tributos e feitos bélicos.
                        Em nosso estudo, ela reflete essa tendência, de luta e martírio, especificando o evento histórico, a violenta comoção pela qual passou o povo de São Paulo durante a Revolução Constitucionalista de 1932.
De goles
                        Goles é a terminologia heráldica utilizada para designar o esmalte vermelho, que representa o espírito de rebeldia, não conformismo e conseqüência a de “derramamento de sangue em batalha”.
                        É a recordação dos combates, dos episódios sangrentos e heróicos, ocorridos em 1932.
                        Indicativo ainda de audácia, galhardia, nobreza, magnanimidade, atrevimento, intrepidez, vitória, honra e furor em vencer inimigos com sangue.
                        Pelo seu grande significado, é a cor primeira desta comenda, sua essência, seu coração, ocupa também na fita, o seu centro e sua maior dimensão.



 Cruz do Alvarenga e dos Heróis Anônimos (Anverso)

Sobreposta
                        Significando a colocação de uma peça sobre outra peça, a cruz de goles está colocada acima de outra cruz. A cruz de
goles, tem um comprimento maior e largura menor daquela que a suporta, com a finalidade de se criar uma ilusão ótica de profundidade, isto é, de que existem ao fundo outra cruz ou cruzes.
                        Realmente a intenção da “cruz sobre a cruz”, é a representatividade da pluralidade de cruzes, simbolizando a multiplicidade dos sacrificados, todos aqueles que tombaram, das famílias que muito investiram por um ideal.
De sable
                        É a denominação heráldica empregada para a cor negra.
                        Depois da luta sangrenta, do ardor da batalha, sobrevém a consciência da morte, da dor, o silêncio, aqui todos esses sentidos estão representados por esse esmalte.
                        Entrementes, se é representativo do luto, de tristeza é também símbolo de fortaleza, firmeza, constância e sabedoria, conhecimento adquirido através de extenuante sofrimento.


Cruz do Alvarenga e dos Heróis Anônimos (Reverso)

Perfilado
                        É o nome que se dá a um filete colocado nas bordas, e que traz um esmalte ou metal diferente do campo.
De ouro
                        É dos metais o mais nobre, simboliza a “força, a fé a riqueza, o mando”. É também o produto de “esplendor, soberania, solidez, prosperidade, eternidade, etc...,”
                        Pelo fato deste metal não deixar-se oxidar, isto é, estragar e dada a sua perenização, adotamos como símbolo radiante dos princípios que representam esta venera, - a ordem, a lei, a constituição.
                        Por esse motivo fazemos esse metal figurar, no perfilado e na empunhadura ou guarnição da espada; é o ideal, que conduz
a mão destra do soldado constitucionalista.
Sem fecho
                        Confirmando a representatividade anterior, o perfilado nos braços das cruzes, partem das proximidades do centro, do “coração” radiante, mas não se fecham no final destas.
                        Entenda-se com isto, a inexistência de limites; é como se buscassem um plano muito mais abrangente ou abraçar a todos
em uma única e inequívoca chamada.
                        Igualmente cobrem-se de ouro os monogramas, as letras que devem ser para sempre preservadas, eternizadas, imortalizadas na memória do povo de São Paulo pela grandeza do Brasil.
Carregada
                        Designa-se por essa terminologia a peça móvel, quando colocada dentro de outra, no caso as letras soltas no interior ou campo da cruz.

As letras MMDC A
                        Estas letras que foram colocadas no interior da Cruz, é a carga identificável dela própria; são os primeiros que tombaram em defesa da causa “constitucionalista paulista”.
No sentido horário
                        Utilizamo-nos do sentido horário com o significado de disciplina e organização.
                        Assim a sigla pela qual ficou conhecida a admirável Sociedade Paulista, e a consagrou na História e na Tradição de nossa gente, batizada cada segmento da Cruz.
M = EUCLIDES BUENO MIRAGAIA
M = MÁRIO MARTINS DE ALMEIDA
D = DRÁUZIO MARCONDES DE SOUZA
C = ANTONIO AMÉRICO DE CAMARGO ANDRADE
                        Entrementes, no fatídico dia 23 de maio, quando do confronto das facções opostas, além dos quatro, mais dois jovens saíram feridos nessa refrega, sendo que um destes veio a falecer em conseqüência dos ferimentos recebidos.
A = ORLANDO DE ALVARENGA
                        Como na ocasião em que ocorreu o infausto acontecimento da morte deste quinto jovem (12/08/1932), a Sociedade Veteranos de 32 MMDC, encontrava-se criada e o Estado de São Paulo envolvido em titânica luta, não foi nem seria possível inscrever ou acrescentar a inicial do nome deste “mártir” à sociedade existente.
                        O tempo passou, circunstâncias desfavoráveis, o natural esquecimento e atualmente até mesmo por uma questão da consagração da já tradicional MMDC, e sem dúvida do elevado número de baixas havidas posteriormente, acreditam-se os Veteranos que não se deve alterar a sigla que é indiscutivelmente o “Orgulho dos Paulistas”.
                        Mas tal atitude, por outro lado, não deve permitir que se olvide o nome de ALVARENGA, e por isso, com o sentido de resgate histórico e justiça, optamos por centralizar o A, no coração da Cruz, referindo-se explicitamente a esse personagem. Mas recordando que esta letra, felizmente é  também inicial da palavra ANÔNIMO, guarda assim a duplicidade simbólica de homenagear também a todos os HERÓIS ANÔNIMOS, aqueles que tombaram ou não e o são pela sua bravura e coragem, merecedores da eterna gratidão de nosso Estado e de todos os Brasileiros.
Sobreposto de tudo
                        A expressão é clara, indica que um peça determinada foi colocada sobre outra ou outras (tudo).
Espadas cruzadas
                        O todo, com referência ao conjunto das cruzes, foi colocado sobre duas espadas cruzadas.
                        Em nosso caso, duas espadas cruzadas, é para efeito estético, de manutenção do equilíbrio do conjunto e deve ser indicativo do espírito belicoso. A espada simboliza a guerra. É emblema de origem, ou vontade guerreira.
De prata
                        Utilizamo-nos deste metal para a lâmina da espada, pois tem por significado, a “inocência, pureza, temperança, verdade, limpeza e integridade”.
                        Na conjugação de símbolos, representa aqui, o ânimo guerreiro, livre de impurezas, colocado a serviço do ideal libertário, da autodeterminação dos povos dentro da ordem, identificada pela obediência constitucional.
Guarnecida
                        A espada, via de regra, é sempre apresentada sem bainha e quando desejamos representá-la esta com a guarnição e o punho de outro esmalte ou metal, diz-se respectivamente, guarnecida ou empunhada, citando o esmalte ou metal. Aqui utilizamos conforme já foi descrito, a lâmina de prata e guarnição e punho de ouro.
A Fita
                        Esta reproduz o simbolismo dos esmaltes e metais utilizados, acentuando a sua representatividade e evidenciando-a. Deixamos
apenas de usar o ouro nesta, por ser nosso desejo homenagear as cores mais indicativas da Bandeira do Estado de São Paulo.
                        Assim o coração é de goles (vermelho), consagrado à revolução e está ladeado pela prata (branco), a pureza das intenções e seguido do sable (preto), representando a firmeza de  nossas convicções e a dor emanada da luta.

Decreto N.º 46.718 de 25 abril de 2002
                        GERALDO ALCKMIN, Governador do Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais e à vista da manifestação do Conselho Estadual de Honrarias e Mérito,
Decreta:
Artigo 1º – Fica oficializado, sem ônus para os cofres públicos, o Colar “Cruz do Alvarenga e dos Heróis Anônimos”, instituído pelo Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba, nos termos do Regulamento que acompanha este Decreto.
Artigo 2º – Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Palácio dos Bandeirantes, 25 de abril de 2002.
GERALDO ALCKMIN
Dalmo Nogueira Filho                                                                        Rubens Lara
Secretário do Governo e Gestão Estratégica       Secretário-Chefe da Casa Civil

Regulamento do Colar
Artigo 1º - O Colar “Cruz do Alvarenga e dos Heróis Anônimos”, criado pelo Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba, tem por objetivo galardoar as personalidades civis, militares e instituições públicas e privadas, que tenham contribuído de alguma forma para recuperação histórica e a preservação de ordem constitucional e assim prestado relevante serviço ao povo paulista e para o engrandecimento do Brasil.
Artigo 2º - O Colar de que trata o artigo 1º deste regulamento tem a seguinte descrição:
I – no anverso, por uma cruz de goles, com 70 mm. (setenta milímetros) de comprimento, por 10 mm. (dez milímetros) de largura, sobreposta a uma cruz de sable, com 60 mm. (sessenta milímetros) de comprimento, por 16 mm. (dezesseis milímetros) de largura, ambas perfiladas de ouro sem fecho em seu término, carregada de monogramas, com as letras MMDC A, tudo de ouro, cada uma em um braço, no sentido horário, sendo a última no centro. Tudo sobreposto, a duas espadas cruzadas de 70 mm. (setenta milímetros), de prata e guarnecida de ouro;
II – no verso, ao centro, o Brasão do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba;
III – essa composição é suspensa ao pescoço em forma de colar, sendo a fita de gorgorão de seda chamalotada, com 35 mm. (trinta e cinco milímetros) de largura, com as seguintes cores, às quais correspondem os esmaltes e metais:
De goles (vermelho) uma listra central com 15mm. (quinze milímetros), e em seqüência uma listra de prata (branco) de 5 mm. (cinco milímetros) e nas bordas uma listra de sable (preto) com 5 mm. (cinco milímetros).
§ 1º - Acompanharão a medalha, a miniatura, a botoeira, a barreta, o respectivo diploma e de uma plaqueta contendo um histórico descritivo da mesma.
§ 2º - O diploma terá as características e dizeres a serem estabelecidos pelo Conselho do Colar, de que trata o artigo 3º deste regulamento.
Artigo 3º - A Diretoria do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba, estabelecerá a formação do Conselho do Colar “Cruz do Alvarenga e dos Heróis Anônimos”, fornecendo-lhes plenos poderes para a decisão da concessão da citada Medalha.
Parágrafo Único. O referido Conselho, será regido por Regulamento Interno, estipulado pela Diretoria do Instituto.
Artigo 4º - As propostas para a concessão serão dirigidas ao Conselho do Colar, em formulário próprio e se farão acompanhar do “Curriculum Vitae” do proposto bem como as razões que se justifiquem.
§ 1º As indicações para a concessão poderão ser feitas ao Conselho do Colar, por intermédio de qualquer sócio do Instituto, desde que em gozo pleno de seus direitos.
§ 2º A condecoração poderá ser concedida a título póstumo.
Artigo 5º - A aprovação dependerá da maioria absoluta dos votos do Conselho do Colar, “ad referendum” do Conselho Estadual de Honrarias e Mérito.
Artigo 6º - Os diplomas acompanhados do “Curriculum Vitae do indicado, serão encaminhados ao Conselho Estadual de Honrarias e Mérito para deliberação e registro.
Parágrafo Único. A recusa do Conselho Estadual de Honrarias e Mérito em registrar o diploma, importará no cancelamento da indicação.

Artigo 7º - A entrega da venera será feita preferencialmente em solenidade pública e em data vinculada a feitos históricos.
Artigo 8º - Perderá o direito ao uso do Colar, devendo restituí-la ao Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba, juntamente com os complementos, o agraciado que praticar qualquer ato atentatório à dignidade ou ao espírito da honraria.
Artigo 9º - Na hipótese de extinção da Medalha, seus cunhos e exemplares remanescentes serão recolhidos ao Conselho Estadual de Honrarias e Méritos, sem ônus para os cofres públicos.
Parágrafo Único. A medida de que trata o “caput” será determinada pelo Conselho do Colar, por maioria absoluta de seus membros, comunicando-se ao Conselho Estadual de Honrarias e Mérito.Artigo 10º - O presente regulamento apenas poderá ser alterado, após a submissão ao Conselho Estadual de Honrarias e Mérito.