José
Januário de Magalhães – prefeito e
chefe político da cidade, foi interventor municipal durante todo o Estado Novo,
sendo amigo pessoal de Benedito Valladares. Após a morte do dr. Lycurgo Leite,
disputou a liderança do grupo tucano com Salatiel de Almeida, perdendo se aliou
ao grupo pica-pau e aos Coimbra.
BIOGRAFIA OFICIAL DO MUSEU:
Dr.
JOSÉ JANUÁRIO DE MAGALHÃES
Nasceu
na Fazenda Vista Alegre, filho de João Januário de Magalhães e Francisca Vieira
Magalhães.
Estudou
o primário e o secundário no Lyceu e posteriormente formou-se em medicina na
Faculdade Nacional do Rio de Janeiro.
Casou-se com Maria Luzia Cunha de Magalhães com quem teve 11 filhos:
Aida, José, Aparecida, Fabíola, João, Maria Helena, Antônio, Mariza, Luiz
Roberto, Fábio e Henrique.
Foi
prefeito em Muzambinho por vários anos, mas nunca abandonou a medicina sendo
chamado um médico “bondoso-impertinente” (livro Muzambinho, sua História e seus
Homens - Moacyr Bretas Soares - página 114) por sempre querer estar a par do
estado de seus clientes.
Como
prefeito fez grandes e belas obras como: a Praça e o Jardim da Estação, Chapéu
de Sol, o Cruzeiro (obra de grande valor artístico), Calçamento de várias ruas.
O fato de trabalhar muito com pedras levou Dr. Armando Coimbra (vereador da
oposição) a dirigir-lhe este verso inteligente e irônico:
“Quanta
pedra, Santo Deus
Quanta pedra
lapidada
e a renda
municipal
Toda em
pedra transformada”.
Seu
discurso de posse como prefeito terminou assim: “Uma coisa e talvez a única a
vós poderei prometer: é a honestidade em meus atos e o sincero desejo de
acertar”.
Segundo
consta o Dr. José Januário, Dr. Zezéca como era chamado, era bastante enérgico
com seus funcionários e muitas vezes até intransigente. Com relação às obras da
prefeitura tornava- se ainda mais exigente, chegando a ponto de entrar em
atrito com os empregados e contratados para que tudo saísse como queria. Como
no caso da pintura do prédio da Antiga Prefeitura, atual Câmara Municipal,
contratou o melhor pintor da cidade para fazer o trabalho, porém para testar
sua habilidade escolheu o desenho mais complicado do catálogo, como contou o
sr. Hermenegildo Pulcinelli “A
escolha dos motivos foi do prefeito, Dr. José Januário que, procurando no
catálogo de tintas, determinou o desenho mais difícil de ser executado. O
senhor Benedito, “que não deixava passar um desafio, acabou pintando cada sala
com um motivo diferente, de acordo com as instruções do prefeito, porém as
cores escolhidas foram o cinza, o preto e branco”.
Outro
episódio que atesta a vontade ferrenha do Dr. Januário é com relação ao
escultor do cruzeiro e chapéu de sol. Antônio José de Carvalho era, além de
escultor, construtor civil e queria trabalhar na área, o Dr. José Januário
tinha outros planos para o mesmo e pretendia fazer de Muzambinho uma cidade
conhecida por suas obras eternas, como uma cidade firme como as rochas de
granito de seus monumentos. Acabaram se desentendendo, isso levou Antonio José
de Carvalho a mudar- se de Muzambinho logo após a inauguração do Cruzeiro em
1937, indo para Foz do Iguaçu no Paraná.