#60 Família Campedelli

#60 Família Campedelli
Otávio Luciano Camargo Sales de Magalhães

Otávio Luciano Camargo Sales de Magalhães

 Nicolau Campedelli – Foto do Acervo Municipal

            Nicolau Campedelli nasceu em Castelnuovo, na Itália, e seu nome de batismo era Arturo Alfredo Nicola Campedelli. Ele se casou com Isaura (ou Zaira) Benassi, natural da mesma cidade, que, segundo Aldebaran Campedelli teriam se enamorado coincidentemente em Muzambinho, quando Isaura reconheceu Nicolau. Ainda que a história possa ser apenas um conto romântico, é viável, devido ao número grande de italianos que vieram para Muzambinho entre 1890 e 1910, sendo que uma considerável parte residiu em São José do Rio Pardo antes de aqui chegar.
            Castelnouvo de Garfagnana é a cidade onde aportou o primeiro imigrante italiano no Brasil, de sobrenome Rossi, na cidade de Caxias do Sul (RS). A cidade fica nas montanhas da Toscana, situada nas proximidades de Lucca, cidade de onde vieram inúmeras famílias para Muzambinho.
            Segundo Aldebaran, que narra a história de seu avô Nicolau Campedelli, o mesmo teria apaixonado por uma garota de Castelnuovo, e acaba por a engravidar, gerando indignação da família e ameaças de morte, e por isso, ele partiu para o Brasil, pois seu pai não queria riscos para o filho, queria que ele fosse por segurando o mais longe possível. Entre as opções da imigração preferiu o Brasil por uma carta de recomendação, e, não querendo vir sozinho, trouxe junto seu irmão Augusto.

Augusto Campedelli
Foto de MyHeritage

            Aliás, todo livro de Aldebaran é agradável. A obra de Aldebaran Nicolau Campedelli, de nome “Reminiscências de um Muzambinhense”, feita artesanalmente em 2002 conta diversas histórias não apenas sore a família Campedelli, mas sobre a vida, o cotidiano e a política em Muzambinho. Talvez seja uma obra indispensável para quem deseja ingressar na cultura de nossa cidade. Bem humorada e bem escrita, apresenta crônicas ao estilo daquelas contadas pelo Vonzico em ‘Histórias, Causos e Estórias’, porém, com uma linguagem agradável e descontraída.
            Nicolau Campedelli então veio ao Brasil, com uma carta de recomendação que um conhecido dele enviou ao Conde Francisco Matarazzo, da cidade de Sorocaba.
            Augusto também natural de Castelnuovo veio com o irmão para o Brasil, aportaram em Santos (SP) e depois foram trabalhar com o Francisco Matarazzo em Sorocaba (SP) como açougueiros. No fim do século XIX, Nicolau e Augusto se mudam para Muzambinho, comprando uma casa na cidade, com enorme terreno, e, em poucas semanas montando lá um açougue. Foi em Muzambinho que Nicolau conheceu Zaíra (ou Isaura) Benassi, sua esposa.
            Nicolau foi proprietário do primeiro posto de gasolina em Muzambinho, também de um carro italiano (Bugatti).
            Todos os políticos de sobrenome Campedelli ou que fazem parte de sua família foram ligados aos pica-paus.

Nicolau e Isaura
Foto de MyHeritage


OS FILHOS DE NICOLAU CAMPEDELLI E ISAURA BENASSI
           
            Nicolau e Augusto eram filhos de Emília Bernardini e Luigi Campedelli, que tiveram 9 filhos: Arturo Alfredo Nicola, Enrico, Augusto, Marino, Delpho, Narciso, Aristides, Tereza e Elisabetta (após casada carregando sobrenome Nanini)
            Não temos informações da prole de Augusto Campedelli, apenas sabemos que ele foi casado com Etelvina Bueno.


Nicolau e Isaura Benassi
Foto de MyHeritage
Nicolau nasceu em 24 de maio de 1872, na Itália e faleceu em Muzambinho aos 27 de junho de 1933. Isaura Benassi, também chamada por Zaíra Benassi, nasceu em 14 de abril de 1877, na Itália e faleceu em 3 de setembro de 1928 em Muzambinho.
            Na Itália, Nicolau teve uma filha de nome Anita, que se mudou para o Brasil na mocidade, tendo esta se casado com 15 anos.



1.     Olga Campedelli
2.     Élide Campedelli, casada com o argentino de família italiana, João Vicente Cipriani, o Jani, que foi vereador e presidente da Câmara, ele nascido em 1º de outubro de 1893 em Buenos Aires, Argentina e morto em 13 de janeiro de 1984 em Muzambinho. Com ele teve os filhos:
a.     Walter Cipriani, o Chichio (Títio), que foi professor de Matemática e diretor da EE Prof. Salatiel de Almeida, casado com Yolanda Cerávolo Cipriani, filha de Calimério José Cerávolo e Maria Viola. Nasceu em 20 de agosto de 1916 e morreu em 14 de abril de 1987, em Muzambinho. Seus filhos:
                                          i.    Cleonice Cipriani Fazzi, casada com Florentino (Tininho) Fazzi, filho de Lino Fazzi.
                                         ii.    Waltinho Cipriani,  casada com Cecília Massa, filha de Carlos Massa.
                                        iii.    José Roberto Cipriani, asado com Tânia Lúcia Vasconelos, da família Sandy.
b.     Waldir Cipriani, advogado e técnico em química, que foi prefeito de Muzambinho em substituição ao tio Lauro Campedelli. Casado com Edith de Oliveira. Foi o mais jovem prefeito de nossa história. Faleceu em Santos em 1983. Seus filhos:
                                          i.    Waldyr Cipriani Filho
                                         ii.    Marcos Paulo de Oliveira Cipriani
c.     Wandete Cipriani, ainda viva, casada com o Coronel Dilermando Silva, natural de Uberaba e que atuou como praça em Muzambinho, chefe da guarda pessoal de Juscelino Kubitscheck de Oliveira, que acompanhou o ex-presidente em sua primeira visita à Brasília, no mesmo avião que o presidente, Lúcio Costa e Oscar Niemeyer.
                                          i.    Marco Antônio
                                         ii.    Beatriz
                                        iii.    Isabel
                                        iv.    Dilermando Filho
3.     Dora Campedelli, nascida em 1º de novembro de 1899 e morta em 18 de maio de 1971, casada com Antônio Borelli, natural de São Simão – SP, nascido em 28 de setembro de 1897 e falecido em 2 de março de 1986, filho de Augustinho Borelli e Luiza Duo Robin Borelli e que foi vereador à Câmara de Muzambinho. Teve os seguintes filhos:
a.     Nelly Borelli Nabholz, casada com o prof. Herman Urbano Nabholz, de descendência suíça, falecido em 16 de setembro de 1999 em São Paulo - SP. Tiveram dois filhos. O prof. Hermann foi autor de 3 livros de Física da Editora do Brasil nos anos 40.
                                          i.    Antônio Nabholz
                                         ii.    André Luiz Nabholz
                                        iii.    Ana Lúcia Chavanne
b.     Almírio Campedelli Borelli, que foi vereador, candidato a vice-prefeito, professor de Química e vice-diretor da EE Prof. Salatiel de Almeida.  Almírio nasceu em 21 de julho de 1924 em São Simão – SP e faleceu em 7 de junho de 2014 em Muzambinho. Era casado com Zuleide Amélia Romano Borelli, filha de Zuleide Romano e do prof. Vitório Romano neta do Cel. José Martins. Tiveram seis filhos. Zuleide nasceu em 12 de abril de 1931 e faleceu em 13 de janeiro de 2003.
                                          i.    Almírio José (Mizé)
                                         ii.    Cláudia Maria
                                        iii.    Renata Luiza
                                        iv.    Fernanda Cristina
                                         v.    Paula Beatriz
                                        vi.    Roberta Elena
c.     Caio Duílio Borelli, advogado, que foi vereador, presidente da Câmara e vice-prefeito, nasceu em 28 de fevereiro de 1928, em São Simão - SP. Casado com Elóguia de Oliveira Borelli. São seus filhos:
                                          i.    Fernando Cláudio de Oliveira Borelli, o “Maçaneta”, advogado, que foi presidente da Câmara de Muzambinho.
                                         ii.    Lourdes Helena Borelli Zeller, professora universitária de Biologia.
                                        iii.    Flávio Antônio de Oliveira Borelli, médico do Instituto Dante Pazzanezzi.
                                        iv.    Caio Duílio de Oliveira Borelli
4.     Luiz Campedelli (Lulu), nascido em 14 de junho de 1903 em Muzambinho e morto por doença de chagas e cirrose hepática em 16 de junho de 1953 em Santos (SP), enterrado em Muzambinho. Casado com Hortênsia de Almeida Vasconcelos, nascida em 6 de março de 1906 e falecida em 28 de novembro de 2001 com quem teve os seguintes filhos: José, Nicolau, Carlos, Marcelo, Flávio, Everaldo, Ricardo, Lurdiney, Maria Cecília e Maria Hortência. Foi lavrador, boiadeiro, administrador da Fazenda São José em Muzambinho e terminou a vida com a profissão do pai, de açougueiro.
a.     José
b.     Nicolau, nascido em 8 de novembro de 1927 e morto em 28 de janeiro (ou julho) de 1992.
c.     Carlos
d.     Marcelo
e.     Flávio Campedelli, casado com Célia Ruela, professora de Matemática, até hoje residentes na Av. Américo Luz, encostado no prédio do Cine São José.
f.      Everaldo
g.     Ricardo
h.     Lurdiney Roberto Campedelli, médico radicado em Avaré.
i.      Maria Cecília
j.      Maria Hortência
5.     Lauro Campedelli (Lalau), nascido em 13 de março de 1905 em Muzambinho e morto em 16 de junho de 1969 em Poços de Caldas (MG), enterrado em Muzambinho. Casou-se com Hortência Figueiredo, filha do ex-vereador Cel. José Luís de Figueiredo Júnior, o José Ramos e de dona Eulina Perpétua de Figueiredo. com quem teve quatro filhos: Zaíra, Lauro, Ronan e Marino. Foi prefeito de Muzambinho em períodos espaçados entre 1945 e 1946, na transição entre o Dr. José Januário de Magalhães, interventor municipal no Estado Novo, e o prefeito eleito, ocupando quase metade desse interstício como chefe municipal. Lauro era empresário, possuindo negócios em Santos (SP) e em outras cidades, atuando em diversos ramos de negócios distintos. Lauro foi acusado de ser “falso pecuarista” pelo jornalista Carlos Lacerda, por este ter se beneficiado da Lei de Incentivo à Agropecuária. Sua biografia é muito extensa e merece um capítulo, pois era muito influente com o PSD mineiro.
a.     Zaíra Campedelli, mãe de Eduardo Campedelli Galante, empresário de Muzambinho, administrador das Fazendas Campestre e Fazenda São José, esta rebatizada para fins comerciais de Fazenda Muzambinho (criada pelo avô), falecido em 2015. Zaíra foi membro efetivo do Conselho Nacional de Saúde, entre 1991 e 1995, na presidência de Adib Jatene, junto com Zilda Arns e outros, e é até hoje doadora para inúmeras entidades assistenciais sérias em cidades que não são Muzambinho, além de investir muito em cafeicultura de qualidade.
                                          i.    Eduardo Campedelli Galante, nascido em 16 de abril de 1957, e falecido em 13 de janeiro de 2015. Estudou no Colégio São Luís, de orientação Jesuíta, em São Paulo.
b.     Lauro Campedelli Fillho nascido em 19 de fevereiro de 1932 em Muzambinho e falecido em 11 de abril de 2012, com 80 anos em Muzambinho, presidente e fundador da Associação dos Criadores de Cavalos Mangalarga, casou-se aos 9 de julho de 1975 na Fazenda Monte Cristo com a Profa. Maria Antonieta Coimbra Campedelli, filha do Dr. Ismael de Oliveira Coimbra e de Ione Prado Coimbra. Ela nasceu em 25 de dezembro de 1939 em Muzambinho, e foi presidente da Câmara Municipal de Muzambinho, sendo a primeira mulher a ocupar o cargo. Filhos:
                                          i.    Maria Laura Coimbra Campedelli, nascida em 27 de março de 1976.
                                         ii.    Nicolau Coimbra Campedelli, nascido em 8 de outubro de 1977.
c.     Ronan Campedelli, foi casado em segundas núpcias com a vereadora Silene Sílvia Cerávolo Campedelli, esta nascida em 4 de maio de 1941, neta do vereador Vycente Sílvio Cerávolo. São filhos de Ronan:
                                          i.    Mônica Annechini Campedelli (com a 1ª esposa), professora universitária em Alfenas.
                                         ii.    Rui Campedelli (com Silene), casado com Mara Goulart.
                                        iii.    Ronan Campedelli Filho (com Silene), também aluno do Colégio São Luís dos Jesuítas.
d.     Marino Campedelli, casado com Malú Heitmann Campedelli com filhos:
                                          i.    Carol Heitmann Campedelli
                                         ii.    Daniela Heitmann Campedelli
                                        iii.    Arturo Anghinoni Campedelli
6.     Emília Campedelli, casada em Muzambinho com Arquimedes Manso Vieira, filho de Antônio Manso Vieira e Delmira Cândida de Siqueira. Filhos:
a.     Léa Aparecida Manso Vieira
b.     Flávio Manso Vieira
c.     Dulcinéia Manso Vieira
d.     Antônio Paulo Manso Vieira
e.     Rômulo Carlos Vieira
f.      Henrique Manso Vieira
7.     Oswaldo Campedelli, falecido em 1974, casado em 1933 com Leonor Ricci, nascida em Poços de Caldas em 28 de agosto de 1913 e morta em 1989 aos 75 anos, filha de José Ricci de Camargo e Zoraide Musa. Oswaldo foi candidato a vice-prefeito pelo PSD. Pai de:
a.     Aldebaran Nicolau Campedelli, nascido em 1934, advogado e escritor do livro da família Campedelli, foi presidente da Associação Atlética Caldense entre 1968-1969. Era casado com Vera Lúcia Sales Campedelli e tinha como filhos José, Maria Rita e Maria Eugênia. Faleceu com 76 anos em Campinas em 13 de agosto de 2013 e foi enterrado em sua terra natal Muzambinho.
b.     Alda, professora.
c.     Oswaldinho, veterinário.
d.     Darlan,  administrador e professor de Matemática, que frequenta bastante a cidade, tendo dado várias entrevistas ao programa de Régis Policarpo.
e.     Darnley José Campedeli, veterinário.
f.      Delfo, agrônomo.
8.     Fausto Campedelli



A lista acima está em construção e foi feita apenas com registros disponíveis em livros, na Internet, em jornais, em documentos arquivados no Museu. Portanto, a incompletude é muito grande. Não foram consultados os familiares para completar dados, exceto os da família Cipriani.
Lauro Campedelli (Acervo Municipal)
Fausto Campedelli (Acervo Municipal)
Oswaldo Campedelli e sua esposa Leonor Ricci (My Heritage)

Almírio Campedelli Borelli e Zuleide Amélia Romano
Foto de Geni.Com (Marie Anne Tonelli Rammi)

Sobre o Cel. Dilermando, tanto Geraldo Vanderlei Falcucci (2012) quanto Aldebaran Campedelli dizem que este passou a fazer parte da guarda de JK por influência de Lauro Campedelli. Consta que JK confidenciou para Lalau que precisava de um assessor que o ajudasse em tudo e fosse discreto e leal, e Lalau indicou o capitão da PMMG, Dilermando Silva. Aldebaran o descreve como sério, enérgico e carismático.
Dilermando também se tornou amigo pessoal de JK, e, aparece em dezenas de fotografias junto com o ex-presidente. O falecimento de Dilermando ocorreu em condições suspeitas, na época em que quase todos ligados ao presidente JK faleceram. Teria sido ele morto pelo DOPS? Nada a ser descartado!

Oswaldo Campedelli (Acervo Municipal)

DESCENDENTES DE ÉLIDE – FOTOS
Jani Cipriane e Chichio (Títio), em 1916.
Foto do Acervo de Jani Cipriani
Vicente Cipriani e seu pai em Vergemoli, na Itália. Pai e avô de Jani Cipriani.
Foto do Acervo de Jani Cipriani
Verso da Foto que aparece pai e avô de Jani Cipriani
Acervo de Jani Cipriani

Jani Cipriani (Acervo Municipal)

Armazém, na Praça da Estação, esquina com a R. Fernando Avelino Correa, onde foi construído depois aquele prédio do Quilinho. Sócio de Jani Cipriani, da família Marques (parente de João Marques).
Acervo de Jani Cipriani

A loja de Jani Cipriani, depois de reformada. Praça da Estação com R. Fernando Avelino Correia. Prédio foi alterado e serviu de escritório do Quilinho e do José Salomão. Acervo de Jani Cipriani

Jani Cipriani e Associação Operária, da qual era presidente, na casa de Silvestre da Lage.
Acervo de Jani Cipriani

Walter Cipriani, como instrutor militar, o primeiro da esquerda para direita. Acervo de Jani Cipriani

Certificado de Reservista de Walter Cipriani
Cedido por João Roberto Cipriani

Walter Cipriani (Acervo Municipal)

Waldir Cipriani (foto de João Roberto Cipriani)

Cel Dilermando (centro) na campanha presidencial de JK em 1955
Foto do Acervo de Jani Cipriani

JK banhando os pés no córrego na mata próxima onde foi construído o Catetinho. Atrás, Cel. Dilmermando.
Fonte: Doc.Brazilia.Jor.Br

Dilermando dirigindo o carro onde estava JK, na inauguração da fábrica da Volkswagen em 1959
Fonte: Prof.MarcianoDantas.Blogspot

Israel Pinheiro, JK, Dilermando Silva e Osar Niemeyer. A maquete do Palácio da Alvorada em 1957. Foto do Arquivo Nacional

Notícia do jornal “A Noite” de 3/10/1956, que anuncia a viagem de JK para Brasília com a presença do Cel. Dilermando

Fanfarra do CEM no início dos anos 50, com Florentino “Tininho” Fazzi
Acervo de Jani Cipriani
           
Cleonice Cipriani Fazzi, Tininho e neto (Facebook)

Mesmo desfile - Baliza - Hoje, a Dra. Enicele.Ao fundo à esquerda: Bragão no bumbo e ao lado Walter Cipriani Filho.
Foto de Almírio José

DESCENDENTES DE DORA – FOTOS

Almírio, Duílio e Nelly.
Foto do Facebook de Antônio Nabholz

Sr. Antônio Borelli e dona Dora Campedelli Borelli. Com os netos, com exceção de Roberta. Os filhos são: Almírio Campedelli Borelli, casado com Zuleide Amélia Romano Borelli, já falecidos , Nelly Borelli Nabholz, casada com Herman Urban Nabholz, já falecidos, Caio Duílio Borelli, casado com Elóguia de Oliveira Borelli,
(Foto de Renata Borelli Valentim)

Almírio Borelli (foto de Milton Neves)

Agostinho e Luiza Duo, sogro e sogra de Dora Borelli (MyHeritage), faleceram em 1918 e 1939 respectivamente

Os filhos de Nelly Borelli e Hermann Nabholz – foto do Facebook de Antonio Nabholz

Cartão enviado por Almírio Borelli (Facebook de Antônio Nabholz)

Nelly e Antônio Nabholz (Foto do Facebook de Antônio)

Prof. Herman Nabholz, filho e neto. Foto de Antonio Nabholz

Hermann discursando no Lyceu onde trabalhava como professor. Nelly também era professora e está na foto. Foto de Antonio Nabholz

Escola onde Nelly e Hermann lecionavam. Professores. Foto de Antonio Nabholz

Foto de evento em Muzambinho. Na foto aparecem Domingos Mazzilli, Antero Costa, Jani Cipriani, Hermann Nabholz, Lulu Leite, Lica Costa, Zinho Abrão, João Marques, Rubens Abrão, Latif Abdala, Antônio Casagrande. Foto do Acervo de Jani Cipriani

Diploma de Dora Campedelli (doado por Duílio e Elóguia)


Fanfarra do Colégio Estadual de Muzambinho 1962 - Delega no comando... Mascotes - Mizé e Marquinhos Vasconcelos, Vantuil - no bijuzeiro, Dalzer no tarol, Ailton na corneta, Caizinho no tarol. O sexto a esquerda na caixa é o Nicolau Anechine.
Foto do Facebook de Almírio José

Paula Borelli, baliza no final dos anos 60. Foto de Almírio José.

1969 - Claudia Romano Borelli Ornelas - Almirio pai - Ana Lucia - André- Mizé (atrás) e Antonio Nabholz -Beto. — com Claudia Romano Borelli Ornelas, Ana Lucia Chavanne, André Nabholz e Antonio Nabholz.
Foto de Almírio José

 
Recordando férias de julho - Av Américo Luz - 31/07/1973 Paula Beatriz Romano Borelli e Andréia Macedo. Atrás o fusca do Nem Carli.
Foto de Almírio José

DESCENDENTES DE LULU – FOTOS

Fernando Luiz Campedelli, Hortência Campedelli Paulino, Flavia Campedelli

Flávio Campedelli. Foto de Cleuza Ely Soares.
Foto de Pio Ruela divulgada por Sou Mais Muzambinho

Pio Ruela, Hortência Campedelli Paulino, Sonia, Zana Campedelli Arcoverde, Celia Ruela Campedelli
Foto de Pio Ruela divulgada por Sou Mais Muzambinho

Célia Campedelli e Pio Ruela
Foto de Pio Ruela divulgada por Sou Mais Muzambinho

Ludney Roberto Campedelli e Esposa (Facebook)












DESCENDENTES DE LALAU - FOTOS

Zaíra Campedelli, Lauro Campedelli Filho e Ronan Campedelli, filhos de Lalau Campedelli. Foto do Facebook de Nicolau Coimbra Campedelli.

Lalau Campedelli (Acervo Municipal)
  
Silene Sílvia Cerávolo CampedellI
Foto de seu Facebook

Lalau Campedelli, Cel. Dilermado e Álvaro Martins no Rio de Janeiro tratando de assuntos políticos
Foto do Acervo Jani Cipriani

Grupo do PSD numa mesa com JK. Aparecem na foto Lino Fazzi, Prof. Chíchio (Títio), Almírio Borelli, o filho do Cel. Dilermando, Hugo Bengston, Lauro Campedelli, Jani Cipriani, José Badra. JK está na foto.
Foto do Acervo de Jani Cipriani.

Grupo dos Pica-paus. Na foto Hugo Bengston, Jani Cipriani, Goemy Rondinelli, Lalau Campedelli, Ismael Coimbra, Almírio e Duílio Borelli, Walter Cipriani e outros. Foto de Jani Cipriani

Pica-paus com JK no Rio de Janeiro
Fotos de Jani Ciprini

Mais fotos dos Pica-paus com JK
Foto de Jani Cipriani

Da esquerda para direita, Almírio Borelli, Walter Cipriani, Lauro Campedelli, Marco A. Cipriani Silva, Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, Abrão Abdala, João Marques de Vasconcelos, Lino Fazzi e João Vicente Cipriani.
Foto de Nicolau Coimbra Campedelli


Laurinho Campedelli, Rui Campedelli, Maria Laura Coimbra Campedelli e Marino Campedelli  (foto de Nicolau Campedelli)

Laurinho Campedelli. Foto de Nicolau Coimbra Campedelli.

Marino e Zaíra Campedelli

Eduardo Galante
Foto de Muzambinho.Com

JAZIGO FAMILIAR
Note o nome Zaíra utilizado em alternativa para o nome Isaura. Fotos do Autor.






Um pouco de História
Do livro “Reminiscências de um Muzambinhense”, parte do capítulo 1, do autor, publicada em 2002 em versões artesanais. A cópia que tivemos acesso está no Museu Francisco Leonardo Cerávolo, em Muzambinho.
Aldebaran Nicolau Campedelli
           


Consta que, em Caxias do Sul (RS), teria aportado o primeiro imigrante italiano. Seu sobrenome era Rossi e as cidade Castelnuovo de Garfagnana, pequena cidade medieval, encravada nas montanhas da toscana, situada a 28 quilômetros da cidade de Lucca.
                Em Castelnuovo nasceram, por igual, meus avôs Nicolau e Zaíra. Arturo Alfredo Nicola Campedelli, meu avô Nicolau, era membro de família relativamente abastada. No cemitério de Castelnuovo, onde estive juntamente co o Délio Gentil, amigo e excepcional companheiro de viagem, os túmulos da família destacam-se e impressionam pela quantidade de Campedelli que lá repousam. Já minha avó, Zaíra Benassi, era de família mais modesta, mas, cá entre nós, de muita gente, segundo contam os mais antigos que a conheceram muito bem.
                Meu avô Nicolau cometeu a imprudência de se apaixonar por ua linda moça de Castelnuovo, cuja família era famosa pela virulência. Engravidou-a e como, de ambos os lados, as famílias eram contrárias ao casamento, começou a esboçar-se um conflito, com ameaças sucessivas de morte, e meu bisavô achou de bom alvitre que o seu filho fosse para o mais longe possível.
                Nos preparativos para a viagem, meu bisavô entrou em contato com várias famílias cujos membros emigraram para o Brasil, Argentina ou Estados Unidos. Acabou optando pelo Brasil porque um conhecido fornecera uma carte de apresentação para nada menos que o Sr. Francisco Matarazzo – que acabaria sendo Conde e um dos grandes milionários do país no começo do século 20 – que, na cidade de Sorocaba (SP) se estabelecer no ramo de carne e banho.
                Meu avô Nicolau que, durante todo o todo o tempo, se recusara a empreender a aventura de emigração para um país desconhecimento, somente veio a aquiescer com ela quando o seu irmão Augusto disse que o acompanharia.
                Aportaram os dois irmãos na cidade de Santos (SP) e de lá se dirigiram para Sorocaba, onde foram muito bem recebidos. Em pouco tempo, aprenderam o ofício de açougueiros. Mas, desejos de ter o prório negócio, ficaram à espreita de alguma oportunidade. Um de seus colegas de trabalho, sabendo que os irmãos tinham algum recurso financeiro, aconselhou-os a irem para Muzambinho (MG), pequena cidade do sul do Estado de Minas Gerais, onde, naquele ano, estava chegando a estrada de ferro Mogiana, fato que iria contribuir muito para o crescimento da região.
                Nos fins do século XIX, chegaram Nicolau e Augusto a Muzambinho. Comprara uma pequena casa, que tinha enorme terreno, no centro da cidade e, em questão de semanas, montaram um açougue.
                Tal açougue teve uma grande aceitação pela população muzambinhense e, dentre os primeiros fregueses, quem aparece? Minha avó Zaíra, moça e bonita, que, ao entrar no estabelecimento e vendo o meu avô fatiando carnes, logo percebeu que aquele rapaz era seu conterrâneo. Lembrava, inclusive, do meu avô andando a cavalo pelas ruas tortuosas de Castelnuovo e essa imagem lhe veio à mente naquele momento.
                - Dio Santo, exclamou, mas tu não é o Nicola Campedeli?
                Meu avô, parando de trabalhar, olhou, curioso, aquela mocinha gordinha, mas não a conhecia, e perguntou
                - Como sabes o meu nome. Quem é você?
                - Somos da mesma cidade, Nicola. Meu nome é Zaíra Benassi e eu já o vi várias vezes. Pelo seu jeito, acrescentou malnecessários, você nunca olhou para mim.
                Desse diálogo, nasceu um namoro e acabou em casamento. Extremamente frutífero, eis que tiveram oito filhos, a saber: Olga, Élide, Dora, Luiz, Lauro, Emília, Oswaldo e Fausto. Que, por sua vez, deixaram, também inúmeros descendentes, espalhados por esse imenso Brasil.
                Meus avós, que não tive a felicidade de conhecer, eram pessoas de personalidade muito distinta. Nem por isso deixaram de ser felizes e criar muito bem todos os seus filhos. Acrescente-se que a eles veio se juntar, já mocinha, a minha tia Anita, filha que meu avô tivera na Itália, e que impressionava a todos pela sua beleza física. Casou-se com quinze anos e, até hoje, nas poucas vezes em que eu a vi, me ficou gravada a imagem de seu porte e sua elegância.
                Minha avó era profundamente religiosa e meu avô nem tanto. Minha avó era brava e temperamental e meu avô um homem sereno. Dizem s que o conheceram que sua voz era extremamente suave e cordial. Elegante, era pessoa muito estimada pela sociedade muzambinhense. Sempre atento às mudanças e ao progresso, dele foi o primeiro posto de gasolina de Muzambinho, bem como o primeiro carro italiano, o famoso Bugatti. Enquanto minha avó se dedicava a ajudar a igreja e pessoas necessitadas, meu avô cuidava de aumentar o seu patrimônio. Em sua época, foi proprietário do melhor armazém de secos e molhados da cidade. Afora tudo isso, passou a se dedicar ao comércio do café. Era pessoa extremamente culta e, curiosamente, nenhum de seus filhos homens tinha muito apego aos estudos. O mundo, para eles, talvez fosse Muzambinho, que o meu saudoso pai, Oswaldo, dizia que era o céu na terra.
                Em 1949, concluí o curso ginasial. Foram quatro anos e mais o curso de admissão. Lá tive extraordinários professores dos quais cito, com imensa saudade, D. Maria Antonieta Montanari, d. Carmem Poli Bandeira de Melo, D Maria Augusta Cunha, D. Nuncinha, D. Dolinha, Milo Carli Mantovani, Frei Querubim e tantos outros que, no momento, minha memória me trai. Lembro, de forma especial, minha professora do curso de admissão, D. Eunice de Carvalho, que tinha por mim um carinho especial e que veio a falecer prematuramente, fatalidade que muito me marcou.
                Respeitosamente, não consigo entender como minha querida Muzambinho, que tanto progrediu e com tantos bairros novos, não tenha dado às ruas e avenidas que se formaram o nome dessas pessoas maravilhosas, a quem muitos muzambinhenses deveram tanto. D. Alice Paolielo, mãe do atual prefeito de Muzambinho, Sérgio Paoliello, foi minha professora e das mais queridas e competentes. Como eu adorava as suas aulas!
                No Ginásio São José estudaram Dr. Guilherme Cabral Filho e Hugo Bengtsson Filho, o primeiro um dos mais destacados cirurgiões neurologistas, conhecido, inclusive, internacionalmente, e o segundo, Desembargador que ocupa, atualmente, o cargo, com muito mérito, de presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Estado de Minas Gerais.
                Nesse ginásio havia um ex-seminarista, João Marques de Vasconcelos, que, no princípio, era monitor dos alunos. Tinha, todavia, tamanha cultura e inteligência que passou a substituir qualquer professor faltante, administrando, com perfeição, as mais diversas matérias. Não por acaso, foi eleito deputado estadual, e, posteriormente, indicado para o cargo de Vice- Governador de nosso Estado. No concurso público realizado em Minas Gerais, entre milhares de candidatos, o Dr. João Marques de Vasconcelos, obteve o primeiro lugar, assumindo, com todos os méritos, a função de Tabelião do cartório da cidade de Contagem (MG). Prematuramente, abandonou a política. Deixou, contudo, a marca de um dos mais eficientes deputados, cujos discursos são, até hoje, relembrados. Era um estadista e idealista de primeira linha. Não tenho a menor dúvida que, se continuado na política, teria alcançado posições invejáveis, tanto no Estado, como no País. Foi um líder nato.
                Em fevereiro de 1950 fui chamado ao escritório de meu tio, Lauro Campedelli. Lá se encontrava o próprio, meu pai e o saudoso Frei Querubim. Indagaram-me se eu tinha vontade de continuar os estudos. Com o assentimento, Frei Querubim informou-me que o Ginásio Santo Antônio, da cidade de São João Del Rey (MG), estava se transferindo para Belo Horizonte (MG) onde, no Bairro dos Funcionários, estava se instalando o Colégio Santo Antônio e que eu deveria ir para lá. Olhei para o meu pai, Oswaldo, cuja situação financeira não era de folga e ele – que saudades tenho de meu pai – apenas me disse que não tinha como me negar essa oportunidade.
                Quando entrei correndo em minha casa e contei a boa notícia para a minha mãe, Leonor Ricci Campedelli, a mesma, com os olhos marejados de lágrimas, mas sempre prática, apenas disse que precisava comprar panos para fazer algumas camisas para mi, bem como mais um par de sapatos. Seja aonde for, quero-o sempre bem arrumado, completou.
                Aos meus pais devo tudo o que consegui na vida. Meus três irmãos menores, Darlan, Darnley e Delfo, formaram-se em faculdade graças à minha mãe, notável personalidade feminina que, após o infarto de coração sofrido pelo meu pai, que o debilitou, assumiu o controle financeiro da família e tudo isso graças a uma pequena loja de roupas que administrou, com competência, até a sua morte. Meus pais eram pessoas maravilhosas mas o mundo de meu pai era pequeno. Contentava-se com pouco. Nunca o vi, em toda a minha vida, reclamar de nada. Já minha mae era uma pessoa lutadora e que nunca desistia. Além de esposa extremada e fiel, foi a pessoa que mais admirei e amei em minha existência.
                Fui de avião para Belo Horizonte pela Real Aerovias. Rota seguida: Guaxupé, Passos e Belo Horizonte. Comigo também foi o meu colega de ginásio, Domingos Silva, grande companheiro e confidente. Tanto ele, como eu, pouco tínhamos viajado. Conhecia apenas Guaxupé e Poços de Caldas. Ficamos, nos meses de março a junho de 1950, atordoados com tanta coisa que a capital mineira nos oferecia diariamente. No Colégio Santo Antônio morávamos em pensionato dos padres franciscanos. Fizemos amizade com diversos outros rapazes oriundos dos mais diferentes rincões mineiros. O curso colegial era puxado, mas, nós, com a base obtida no Ginásio São José, saíamos regularmente. Primeiro da classe, deixamos para o Guilherme Cabral Filho, que chegou no outro ano. Acredito, todavia, que não manchamos o nome do nosso Ginásio.
                Em fins de junho de 1950, o Domingos me surpreendeu, dizendo que não iria prestar as provas parciais do mês e que estava retornando para Muzambinho naquele dia. Tentei, por todas as formas, dissuadi-lo. Ele era um bom aluno e mais do que isso um companheiro de primeira linha. Valete e leal, sempre estava comigo e me defendia das brigas e discussões que, por vezes, ocorria no pensionato. Mas foi tudo em vão. Acompanhei-o até o táxi que conduziria ao aeroporto. Nunca fiquei sabendo o motivo real de sua desistência dos estudos. Pouquíssimas vezes tornei a encontra-lo nos anos futuros. Sabia de suas notícias através de meu pai, de quem Domingos se tornara um bom amigo.
                No último dia do mês de junho peguei um avião para Guaxupé. Lá cheguei às 13 horas e me dirigindo para a rodoviária local fiquei sabendo que o ônibus para Muzambinho sairia às 14:30 horas. Nesse período de espera passei tempo observando as pessoas. Gente simples, mineiros do interior, o que eu era. Estava em casa. Finalmente, entrei no ônibus e fui para Muzambinho. Sentou-se ao meu lado uma senhora que fora visitar o filho em Guaxupé. Trocamos algumas palavras até Moçambo, onde desembarcam vários passageiros. Só que, a partir de Moçambo, a emoção tomou conta de mim e ia eu olhando a paisagem, procurando lugares conhecidos. O Ônibus, então, subiu uma ladeira e, ao contornar uma curva, apareceu, à distância e como por mágica, a igreja de São José de Muzambinho e as ruas Tiradentes e Sete de Setembro. Inesperadamente, desandei a chorar de tal maneira que a bondosa senhora ao meu lado perguntou, aflita, o que acontecera. Não é nada, respondi. Como explicara a ela que estava voltando, após quatro meses, para a minha terra natal. Que poderia sentar com o meu pai na varanda e ver novamente o pôr do sol mais belo do universo. Que voltaria a ver meus amigos e colegas de infância e minhas namoradinhas. Que estava voltando, enfim, ao pedaço de terra que mais amo. Levaria muito tempo para explicar.

                O pequeno livro que você está lendo é pleno de recordações dos quinze anos em que morei, de fato, em Muzambinho e uma sincera homenagem ao meu torrão natal.