DOMINGOS PAOLIELLO
Domingos Paoliello nasceu em Muzambinho em 23 de dezembro de 1925, filho de Camillo de Lellis Paoliello e Eponina Magalhães Navarro Paoliello. Ele tinha laços notáveis com inúmeras personalidades de nossa história:
· É neto pelo lado materno do Coronel Francisco Navarro de Moraes Salles, primeiro Agente Executivo Municipal no período republicano e um dos mais importantes nomes em nossa história.
· É bisneto do Barão de Cabo Verde, Luiz Antônio de Moraes Navarro;
· É sobrinho pelo lado paterno do deputado Francisco Paoliello, um dos políticos mais importantes de nossa história;
· É irmão do médico sanitarista Ademar Paolielo, cujos trabalhos contribuíram para o combate do Aedes Aegypti em todo o mundo;
· É irmão do urbanista Greenhalg Parnaíba Paoliello, que atuou em governos de Prestes Maia e Faria Lima em São Paulo, sendo diretor da EMURB, dando nome de rua para cidade;
· É sobrinho do poeta Pedro Saturnino Vieira de Magalhães, cunhado de sua mãe;
· É primo em 1º grau da poetisa Oneyda de Alvarenga;
· É primo em 1º grau do conselheiro do Tribunal de Contas de Santa Catarina, Dr. Jade Saturnino;
· É primo em 1º grau do poeta Almo Saturnino;
· É primo em 4º grau do interventor de Muzambinho, Boaventura Eugênio de Paula Assis.
· É primo em 5º grau do Padre Donizetti Tavares de Lima, em processo de beatificação;
· É trisneto do Major Joaquim Leonel Pereira de Magalhães, nome importante no município de Cabo Verde;
· É sobrinho neto de Cesário Coimbra;
· Possui laços de parentesco com Américo Luz, Vital Brasil, Tarcísio Meira, Carlos Luz, e com Pedro Luís Paoliello, locutor esportivo.
Além de Greenhalg e Ademar, ainda era irmão de Viggianina, Geraldo, Onofre, Niobe, Rosa, Vera e Maria.
Domingos estudou no Lyceu de Muzambinho e depois graduou-se em economia, atuando na Caixa Econômica Federal. Era poliglota dominando alemão, inglês, francês e japonês, onde teria escrito poemas nesses idiomas. Foi tradutor de alemão da revista Humbold.
Foi membro do Clube de Poesia de São Paulo, do Pen Club de São PAulo a partir de 1968, e da Academia Jundiense de Letras, ocupando em 1985 a cadeira 25, cujo patrono é seu tio, o poeta Pedro Saturnino Vieira de Magalhães.
Escreveu “Penumbra Murmurante” (1951), “Caminho de Homem” (1952), “Poemas do Limbo” (1956), “Poemas Inauguraes” (1957), “Batedores ao Vento” (1967), “Secreto Exame” (1979) e “Poemas de Sazão” (1980). Esse último título, a palavra Sazão, que significa cada uma das estações do ano, muitas vezes aparece em dicionários dando o exemplo de uso o livro de Domingos Paoliello.
Domingos faleceu aos 14 de abril de 2001.
Domingos Paolielo
Leda Tenório da Motta
Alberto Marsicano[1]
Nasceu em Muzambinho, sul de Minas, a 23 de dezembro de 1925. Embora pequena, esta cidade foi conhecida pelo epíteto de “Atenas sul-mineira”, devido à intensidade de sua vida literária durante as três primeiras década desse século, animada entre outros por Olavo Bilac e Alberto Oliveira, que lá compareciam para exames de ginásio palestras e tertúlias. Educado assim em meio literário, Domingos Paolielo desde adolescente começou a compor versos. Chegando a São Paulo, em 1941, conheceu poetas da chamada geração de 45, como Cyro Pimental e Milton Lima Sousa, que entretanto não se pautavam por postulados e práticas de escola ou movimento literário definido. Em 1951, publica Penumbra Murmurante, logo seguido de Caminho do Homem, em 1952. Muda-se então para Jundiaí, onde até hoje reside. Poemas do Limbo, editado em 1956 pela Revista dos Tribunais de São Paulo, reúne as duas coletâneas anteriores acrescidas de “Dioramas” e “Contrabando”. Seguem-se os Poemas Inaugurais, de 1957 e os Poemas de Difícil Madureza que compreendem três livros: Batedores ao Vento, São Paulo, Narceja, 1967; Secreto Exame, São Paulo, Clube da Poesia, 1979 e Poemas de Sazão, São Paulo, Clube da Poesia, 1980. Impregnada da sonoridade e dos matizes de emoção característicos do Simbolismo, a poesia de Domingos Paolielo surte contudo em versos substantivos, que sustêm separados, induzindo porém na seqüência do poema argumentos de êxtase cristão, que se alternam com a olímpica placidez de um espírito também pagão.