Protagonista de novelas e o primeiro
Salomão Ayala
Dionísio
de Azevedo, de nome de batismo Taufik Jacob, nasceu em Conceição da Aparecida
em 1922 e residiu por um curto período em Muzambinho, mas, é bastante lembrado
por todos. Participou de diversas telenovelas entre 1951 e 1984. O IMDb o
aponta como ator em 72 filmes ou novelas ou séries. Além de escrever 18 obras
para televisão ou cinema, dirigir 26 e produzir 2. Entre as novelas que
participou destaca-se “O Astro” de Janete Clair, sendo Salomão Ayala,
assassinado durante a trama e também “Meu Pedacinho de Chão”, “As Pupilas do
Senhor Reitor”, “Meu Pé de Laranja Lima”. Na novela “Pé de Vento”
(Bandeirantes, 1980), de Benedito Ruy Barbosa, fez o papel de Mestre André, um
dos principais personagens – na novela, Mestre André teria nascido em
Muzambinho e se mudado com a família para cidade grande. Faleceu em São Paulo
em 1994. Consta do IMDb.
BIOGRAFIA OFICIAL DO MUSEU MUNICIPAL:
Dionísio
Azevedo
Dionísio nasceu em Barro Preto (hoje Conceição
Aparecida), no dia
04/04/22, com o nome de Taufik Jacob, filho de
imigrantes libaneses que se dedicavam ao comércio. Seus pais eram Isaac Jacob e
Rada Jacob. Toda sua infância foi passada no sul de Minas, no início da idade
escolar mudou-se para Muzambinho, onde cursou o primário.
Nesta cidade iniciou-se sua paixão pelo cinema.
Costumava freqüentar as matinês e gostava de dizer que seu retrato ainda ia estar
na porta dos cinemas um dia. Por volta de 1936 a família retornou a Barro reto
por motivos de trabalho, mas 1 ano depois resolveram mudar para SP , onde
passaram a viver desde então . Filho de presbiterianos chegou a freqüentar a
Igreja participando dos trabalhos da mocidade da época. Nos palcos da Igreja
Presbiteriana
do Brás deu
seus primeiros passos como ator. Em meados da década de 50, o sonho do cinema o
levou até o Instituto Brasileiro de Cultura Cinematográfico, onde encontrou
Lima Barreto, O grande diretor pioneiro do cinema brasileiro que se tornou o
seu mestre. Neste Instituto aprendeu os fundamentos da linguagem
cinematográfica principalmente no que diz respeito à direção, á feitura de
roteiros e ao trabalho de ator. Ao mesmo tempo começou a trabalhar no radio
como radioator, quando passou a fazer uso do pseudônimo que iria marcar sua
carreira artística. Casou-se em 1950 com a atriz Flora Geny, ao lado de quem
passou toda sua vida tendo 2 filhos. Do rádio passou á televisão, fazendo parte
da 1ª geração de atores e produtores deste meio. Atuou desde o início da Tv
Tupi de SP, antigo canal 3 e depois canal 4 . Ali trabalhou como ator, diretor,
e também fazendo adaptações de vários clássicos da literatura mundial p/ o
programa “TV de Vanguarda”. Entre esses trabalhos destacam-se as principais
peças de William Skahespeare. Realizou também 1ª adaptação pioneira do trabalho
do escritor mineiro João Guimarães Rosa p/ tv. Trata-se do conto “A Hora e a
Vez de Augusto Matraga”. Iniciou por esta época sua carreira como ator de
cinema e teatro, atividades que acompanharam sempre seu trabalho na televisão.
Nos anos 70 mudou para da TV Tupi p/ a TV Excelsior, canal 9 . Ali foi um dos
responsáveis pela implantação no gênero telenovela no Brasil, que dava então seus
1ºs passos. Dirigiu 3 novelas famosas naquele tempo Ambição , A moça que veio
de longe , e “A outra face de Anita” . Ainda na Excelsior, preocupou-se em
levar p/ as novelas a realidade e história brasileira, realizando uma grande
adaptação da obra de Érico Veríssimo, O Tempo e o Vento, que mereceu elogios do
próprio autor, nos últimos tempos do canal 9, dirigiu e atuou na novela A
Pequena Órfã , fazendo o papel de velho
Gui. A partir dos anos 70, dedicou-se mais ao trabalho como ator tendo
participado de alguns dos mais importantes momentos da televisão brasileira
como a novela o Astro da rede Globo, quando interpretou Salomão Hayalla.
Trabalhou também na novela Pai Herói e participou da mini-série Quem Ama não
Mata. Aos anos 80 marca a sua volta á televisão de SP onde trabalhou como ator
em várias novelas da TV Bandeirantes como Pé de Vento e Meu Pé de Laranja Lima
interpretando o Portuga. Mas seu principal trabalho nesta época foi o Tufi, o
patriarca da família árabe da novela Os Imigrantes de Benedito Rui Barbosa. No
cinema realizou vários trabalhos importantes como O Pagador de Promessa, em 62,
filme que ganhou a Palma de Ouro de Cannes. Trabalhou também em filmes como O
Sobrado, O Pescador e sua Alma,
Independência ou Morte, Corisco, O Diabo Louro, O Santo
Milagroso e outros. Dirigiu ao longo de toda sua vida quatro longas metragens:
- Chão Bruto
baseado na obra de Hernani Donato; O Anjo Assassino Chão Bruto ( 2º versão ) e
A Virgem . No teatro chegou a participar de montagens do antigo TBC como A Morte
do Caixeiro Viajante e o Pagador de Promessas. Trabalhou também na montagem O
Balção dirigido por Victor Garcia que marcou época no teatro Paulista. Durante
sua existência, Dionisio ganhou muitos prêmios e troféus, como o Saci, O
Roquete Pinto, prêmio Governador do Estado, e outros, além de comendas de
diversas associações e instituições públicas e particulares. Pessoalmente,
sempre teve uma vida estável ao lado de Flora, sua esposa. O momento mais
trágico foi, sem dúvida, a morte de seu filho Noel, num acidente no ano de
1969, fato que, como não poderia deixar de ser, o marcou profundamente. No fim
da vida perdeu também sua companheira, em 1991. Pôr esta época, com a saúde
fragilizada, já estava afastado dos palcos e câmaras. Mas em 1993, Dionisio recebeu
uma grande homenagem da Câmara de Vereadores de São Paulo, na forma de uma
medalha como reconhecimento de seu trabalho em prol da cultura brasileira.
Dionisio veio a falecer no dia 11/12/94, aos 72 anos de idade.
Curriculum Vitae
Anos 40 -
Cinema: no Instituto Brasileiro de Cultura Cinematográfica, onde pontificou seu
mestre Lima Barreto com quem iniciou seus 1ºs exercícios em roteiros p/ cinema,
com quem iniciou seus 1ºs passos com ator em trabalhos experimentais. No final
da década, participação como ator no filme de Oduvaldo Vianna: Quase no céu.
Rádio: na Record e Tupi-Difusora, como ator, autor,
adaptador e diretor.
Anos 50 - Teatro: A Endemoniada-Schoenner, Nina, -
André Roussin, como ator, sob a direção de Ziembinsky. Leitura do texto de
Guimarães Rosa: A hora e a vez de Augusto Matraga, no teatro de Arena, da
versão p/ a TV de sua autoria. Participação também na Arena, de um laboratório
realizado por Augusto Boal, sobre o texto de Sartre: As mãos sujas.
TV: Iniciador
da Tv de Vanguarda, na Tv Tupi, canal 3. Onde realizou experiências com
telenovelas ( ainda não diárias ) , e Contos Brasileiros e Universais , como
ator , autor e diretor .
Principais
realizações: Ralé – Gorki – Macbeth - Shakespeare - Hamlet – Shakespeare.
Á margem da vida - Tennesse Willians, A hora e a vez
de Augusto
Matraga - Guimarães Rosa, Tio Vânia
- Tchecov, Uma Tragédia
Americana -
Theodore Dreiser e Os humildes, de sua autoria, em forma de telenovela.
Cinema: O sobrado - Walter George Durst, Cidade
Ameaçada - Roberto Farias como ator. Dirigiu seu 1º filme, baseado no romance
Mural Homônimo de Herneni Donato, cujo roteiro também é de sua autoria: Chão
Bruto.
Anos 60 – Teatro: O bezerro de ouro - Abílio Pereira
de Almeida
Direção - Egídio Eccio; A morte do Caixeiro Viajante
- Arthur Miller direção Flávio Rangel; O pagador de Promessas - Dias Gomes -
direção - Flávio Rangel; Círculo de Champagne - Abílio P. Almeida - direção -
Benedito Corsi; O balção - Genet - direção Vítor Garcia.
TV: Iniciou a telenovela diária Brasileira, antes
era de autores estrangeiros, na função de produtor e diretor de novelas:
Ambição
A moça que veio de longe
A outra face de Anita
Ninguém crê em mim
O morro dos ventos uivantes
O tempo e o vento - Érico Veríssimo, em 3 ciclos:
A fonte - Ana Terra - Um certo capitão Rodrigo
As pupilas do Sr. Reitor
O príncipe e o mendigo
Os deuses estão mortos
Meu pedacinho de chão, entre outras.
Cinema: A primeira missa - Lima Barreto
O pagador de promessas - Ancelmo Duarte
O santo milagroso - Carlos Coimbra
Uma produção alemã - Weit ist der weg e outra
americana:
The
sea and the Shadow - Charles Guggenhein
Anjo Assassino (como roteirista e diretor).
Anos 70: Teatro - Los autossagramentales - Calderon
de la Barca
Vitor Garcia.
Concerto nº1 para piano e orquestra
João Ribeiro C. Neto - direção Sérgio Mamberti
O grande amor de nossas vidas
Consuelo de Castro - direção Gianni Ratto
Gata em teto de zinco quente
T.Willians - direção Kiko Jaez
TV: Dona Xêpa
O Astro
Pai herói
entre outras
Cinema: Independência ou morte
(autor e co-autor do roteiro)
A virgem
(filme de autor-argumento-roteiro e direção)
Sedução - Marco Rey - Fause Mansur
Chão BrutoII
(roteiro e direção)
Anos 80 Teatro: O dia que raptaram o papa
João Bethancourt - direção Zé Renato
Um tiro no coração - Oswaldo Mendes - direção Plinio
Rigon
Direita Volver - Lauro Cesar Muniz - direção Emílio
Di Biasi
Quarteto - Antônio Bivar
TV: Pé de vento
Os Imigrantes
Meu pé de laranja lima
Quem ama não mata
Meu destino é pecar
Champagne
Pão-pão, beijo-beijo
Versão para a TV Cultura de:
A volta do marido pródigo
- Guimarães
Rosa.
Cinema: A marvada carne - André Klótzel
os bons tempos voltaram - Johnny Herbert