DESCRIÇÃO DO LIVRO “MUZAMBINHO SUA HISTÓRIA E SEUS HOMENS”
Estrutura do Livro de Soares
Capa externa – colorida, em amarelo e branco, conforme foto
colocada acima.
Capa interna – escrita “MUZAMBINHO sua História e os seus Homens”
com verso em branco.
Folha de Rosto – título do livro, crédito para capa de José Augusto
do Amaral e prefácio de Almeida Magalhães “da Academia Mineira de Letras”, além
do nome do autor.
Homenagens – no verso da folha de rosto “Ao grande e eminente Chefe do Governo Brasileiro Dr. Getúlio Vargas e ao preclaro Governador do Estado de Minas
Gerais, Dr. Benedito Valadares homenagem
sincera do – Dr. José Januário de
Magalhães e do Autor.”
Foto de Getúlio Vargas em papel especial, verso em branco.
Foto de Benedito Valares em papel especial, verso em branco.
Epigrafe – “Homenagem do
Prefeito Dr. José Januário de Magalhães, a sua terra, ao seu povo – a sua
querida Muzambinho, gesto este que o autor o faz seu, também, sinceramente” e
“Falar da história de Muzambinho é, de
algum modo, evocar Cabo Verde e Campanha! ...”, verso em branco.
Dedicatória – aos pais do autor e a José Augusto do Amaral “que funcionou inteligentemente como meu
secretário durante a elaboração deste livro, aqui fica a minha mais grata e
sincera homenagem” verso em branco.
Prefácio (p.11-13) – escrito
por Almeida Magalhães[1] em 3 páginas, em Mococa, aos 15 e 16 de abril
de 1940. Faz comentários sobre o livro, escrito em uma linguagem muito mais bem
elaborada que Soares (evidentemente). No texto cognomina Cesário Coimbra como
“honrado e invencível chefe liberal” e Dr. José Januário como “valoroso moço”.
Interessante notar, que a essa época, Almeida Magalhães era simpatizante do
fascismo. Faz algumas criticas suaves sobre aspectos não abordados por Bretas
(especialmente por ausência de aspectos sociais e econômicos e de alguns
aspectos físicos). Faz diversos comentários sobre alguns trechos do livro,
muitos deles bem interessantes. Termina, em meia página 12 e meia página 13
falando de Jackson Figueiredo, inclusive de um poema escrito pelo filósofo para
Camilo Paolielo e Max Heine em Muzambinho em 1916.
Prólogo (p.15-18) – começa com uma descrição romântica do ambiente
de Muzambinho e suas paisagens, especialmente vista na Av. Dr. Américo Luz, e,
diz o autor, que a partir da inspiração procura o prefeito Dr. José Januário de
Magalhães dizendo que quer escrever um livro sobre a cidade. Diz, após inúmeros
elogios ao prefeito e a conversa entre ambos, o prefeito o convidou
(espontaneamente) para escrever a história de Muzambinho. No texto das
motivações não faltam exaltações à Dr. José Januário, Valadares e ao Estado
Novo. Ao final elogios à Muzambinho e uma tentativa de justificar sua
metodologia de pesquisa, tentativa essa, evidentemente furada e
tradicionalista, sem dizer, facciosa e política.
Capítulo I (p.19-23) – são tratados os seguintes assuntos: Fundação
do povoado de São José da Boa Vista (é dada a versão repetida nas escolas, das
famílias que fundaram a cidade, dos doadores do patrimônio, de Pedro de
Alcântara, da capela e do padre Próspero Paolielo e toda lenda tradicional que
todos que estudam em Muzambinho ainda estudam no primário); sobre Zé do
Cafezal; a lenda do amor de Zé Letrado e Maria do Céu; sobre a família
Magalhães; sobre João Vieira Homem (e seu neto João Januário de Magalhães). Há
uma nota de rodapé que afirma já haver um trabalho sobre história demográfica
de Muzambinho escrito por Leopoldo Poli. Também há citação sobre escravos no
Brejo Alegre (num episódio fictício João Januário pergunta para Pedro de
Alcântara se quer que ele vá buscar escravos fugidos lá no bairro). Há trechos
que falam sobre a agricultura no Brasil, de uma forma um tanto prolixa e fora
de contexto.
Personagens citados: João Vieira Homem, José Vieira Braga, D. Maria
Benedita Vieira e D. Ingrácia Destarte (doadores do patrimônio); Pedro de
Alcântara Magalhães; João Januário de Magalhães; José Joaquim Nogueira de
Magalhães; Cândida Francisca de Oliveira; José do Pinhal; Camilo Coimbra;
Cesário Coimbra; Próspero Paolielo; Raquel de Magalhães Santos; Antônio Carlos
de Azevedo Coimbra; Zé Letrado; Maria do Céu; Vigilato, Antônio e Francisco (irmãos
de Cesário Coimbra); Maria do Carmo Vieira.
Capítulo II (p. 25-29) – novamente citam famílias e fala da
emancipação em 1878. Faz extensos comentários sobre os escravos no largo (Av.
Dr. Américo Luz) e fala com detalhes sobre o congo dos negros e a cavalhada
organizada pelo sr. Ananias Bueno. Comenta com detalhes conversa que teria tido
com o Ananias Bueno, fazendo um grande panorama cultural de Muzambinho. A maior
parte do capítulo é dedicada à cultura na cidade, incluindo a congada dos
negros (relacionada com Moçambique) e a cavalhada. O capítulo prossegue dando a
origem do nome de Muzambinho como variação de mucambo, mucambinho, fazendo
diversas considerações sobre a origem do nome. O bairro Brejo Alegre é citado
novamente. Um pouco fora de contexto, o capítulo apresenta a ata de instalação
do município em 9 de janeiro de 1881, a primeira ata da Câmara da cidade,
muitas vezes repetida em livro, inclusive no livro de Passos Júnior (2006). O
capítulo faz considerações sociológicas sobre a cultura negra.
Personagens citados: Ananias Bueno; Cel. Cesário.
Capítulo III (p. 31-35) – o capítulo recomeça e termina retomando a
história de Zé Letrado e Maria do Céu. Entremeado na história, são feitas
várias considerações e explicações sobre a família Coimbra, inclusive com
pequena biografia de Cesário. O capítulo, um tanto literário e fictício, trata
Camilo Coimbra como professor. Cita que Cesário teria conseguido se tornar um
líder local em virtude de Francisco Antônio Bueno; também fala que Rodolfo
Coimbra foi o primeiro médico de Muzambinho.
Personagens citados: Zé Letrado, Maria do Céu, Camilo de Lelis
Coimbra, Pedro de Alcântara Magalhães, João Januário de Magalhães, Francisco
Antônio Bueno; Maria Teodora Coimbra; Hortênsia, Julieta, Augusta, Antonieta,
Rodolfo, Lindolfo, Aristides e Camilo (filhos de Cesário); José Imireno.
Capítulo IV (p. 37-41) – faz de início um retrospecto da história
de Muzambinho em relação ao seu papel no império e continua até o fim do
capítulo, entremeado de comentários. É um capítulo desnecessário, prolixo e que
no fundo não fala absolutamente nada: pura verborragia de péssima qualidade.
Fala, de forma pouco clara sobre a evolução administrativa de Muzambinho. O
capítulo faz uma breve apresentação de Américo Luz.
Personagens citados: Cesário Coimbra, Padre Paolielo; Totó Coimbra,
Maria Carolina de Magalhães, João Cândido de Magalhães, Maria de Oliveira,
Gabriela Cândida Navarro e os cinco filhos de Totó do terceiro casamento:
Mario, João, Cesário, Armando e Maria (do segundo casamento teria como filhos
Godofredo, Luiz, Maria, Amália e Gabriela); João Januário de Magalhães; Américo
Luz.
Capítulo V (p. 43-48) – começa falando da mudança de Cesário
Coimbra para Santos entre 1882 e 1883 e do início de uma nova Muzambinho. Passa
após uma separação de três asteriscos ainda na página 43 a falar sobre o Cel.
Navarro, tratando-o como professor fundador da primeira escola na cidade. Novos
três asteriscos e fala sobre Totó Coimbra e Júlio Tavares Pais (o comentário
sobre Júlio Tavares é suspeito). Novos três asteriscos, na página 44, e volta a
biografar Francisco Navarro, dando o destaque dele como filho do Barão de Cabo
Verde[2]:
faz uma genealogia da família Navarro e de seus ancestrais até o século XV.
Outros três asteriscos na página 46 passa a comentar sobre alguns aspectos da
cidade, como venda de escravos, e falando de assuntos diversos como o
cristianismo. Novos três asteriscos e passa a falar da Igreja e da sua
construção pelo Padre Esaú dos Santos e seus esforços a partir de 1883. O último
três asteriscos fala de João Januário sendo novo presidente da Câmara. O
capítulo também cita, de passagem, que um irmão de Cesário Coimbra, Francisco,
teria morrido na Guerra do Paraguai.
Personagens citados: Cesário Coimbra; Francisco Navarro de Moraes
Sales; Camilo Lelis Coimbra; Rodolfo, Francisco e Totó; Júlio César de Tavares
Pais; José Imireno de Magalhães Coimbra; Luiz Antônio de Moraes Navarro;
Américo Luz; Próspero Paolielo; Antônio Camilo Esaú dos Santos; Cândido Bueno;
Rafael Antônio Marques (diz que foi sucessor de Cesário na Câmara, mas já vimos
que a informação não está de acordo com as atas da Câmara); José Alves do
Cafezal; João Januário de Magalhães.
Capítulo VI (p.49 – 53) – o capítulo inicia comentando a criação da
comarca em 30 de novembro de 1880 e a instalação do município em 9 de janeiro
de 1881 e fala de Américo Luz, o apresentando, contando sua história. Neste
ponto comenta que Américo e seus três irmãos casaram-se com 3 filhas de Cesário
Coimbra. A biografia de Américo Luz é apresentada como idealista e
anti-escravocrata. O capítulo comenta que as famílias que possuíam escravos em
Muzambinho eram: Magalhães, Coimbra, Araújo, Bueno e Machado. A página 51
dedica-se à causa abolicionista e nomes da história nacional, e depois parte-se
para Américo Luz como abolicionista, dizendo que ele enviava os escravos para
Cubatão, próximo de Santos, longe dos capitães-do-mato, alertando que o que
Américo Luz fazia era ilegal na época. Traz algumas escrituras, cartas de
libertação. O capítulo resume-se em Américo Luz e escravos. Entre os trechos do
capítulo cita que Francisco Navarro foi um dos primeiros professores da cidade
e que Joaquim de Luna Miranda Couto, juiz, foi o primeiro poeta de Muzambinho: estes
dois considerados seguidores de Américo Luz.
Personagens citados: Américo Gomes Ribeiro da Luz, Antônio Máximo
Ribeiro da Luz, Mariana Gomes Ribeiro da Luz, Hortênsia Coimbra, Cesário
Coimbra, Cel. Augusto Luz, des. Alberto Luz, Dr. Arlindo Luz, Julieta, Augusta,
Antonieta; Francisco Navarro de Moraes Sales, Dr. Joaquim de Luna Miranda
Couto, João Januário de Magalhães.
Capítulo VII (p.55 – 58) – fala da ascensão do Cel. Navarro como
sucessor político de Américo Luz. Dá-se destaque ao foto do Cel. Navarro ser
professor formado na Escola Normal de Campanha. E prossegue falando da Estrada
de Ferro Mogiana (o livro não cita neste capítulo a Companhia Estrada de Ferro
Muzambinho). Fala sobre a Escola Normal de Casa Branca, dizendo que há duas
cidades que eram progressistas na educação: Casa Branca e Campanha. O capítulo
exalta a importância econômica da ferrovia e o papel de Américo Luz. Depois de
três asteriscos fala-se do republicanismo e das batalhas de republicanos e
monarquistas na cidade. Um propagandista republicano de nome Costa Machado vai
discursar a favor da causa. Cita como republicanos o Cel. Eugênio Boaventura de
Paula Assis e Francisco Paolielo. O capítulo cita Francisco Paolielo como
conhecedor de História Universal e brilhante orador. Cita que Eugênio
Boaventura era também formado pela Escola Normal de Campanha, havendo nascido
em Cabo Verde e residido em Conceição da Boa Vista (atual Divisa Nova), para
onde voltou e foi professor durante algum tempo. Soares coloca-o como opositor
de Américo Luz, alegando que havia cordialidade. Cita o filho dele, Alfredo
Boaventura como segundo poeta da cidade, juntamente com Uriel Tavares. Os dois
filhos de Eugênio formaram n Faculdade de Direito do Largo São Francisco.
Personagens Citados: Francisco Navarro, Américo Luz, Joaquim de
Luna, Com. Antônio Carlos de Azevedo Coimbra, Eugênio Boa Ventura, Francisco
Paolielo, Camilo Paolielo, Padre Esaú dos Santos, Cesário Coimbra, Próspero
Paolielo, Camila Coimbra Paolielo, Andrelino e Alfredo Boaventura, Uriel Tavares.
Capítulo VIII (p. 59 – 62) – começa com um trecho sobre Américo Luz
reeleito deputado. Faz outro trecho exaltando Américo Luz como arauto do
progresso da cidade. Depois fala de Francisco Navarro de Moraes Sales,
ressaltando sobre comentários de políticos sobre Muzambinho e sua vida
cultural. Na fala sobre Américo Luz e o Cel. Navarro fala-se muito sobre
Estrada de Ferro. O capítulo é de exaltações e rasgação de seda para os dois
políticos. Neste capítulo há a citação de que o nome da estrada de ferro seria
Muzambinho. Cita o trabalho de Vasco de Castro Lima sobre “A Estrada de Ferro
Muzambinho”, afirmando que Américo Luz não era citado no livro, atribuindo a
presidência apenas a Carlos Augusto de Miranda Jordão e Egas Muniz Barreto de
Aragão. É neste capítulo que está imortalizada a afirmação do Presidente
Antônio Carlos de que o jardim de Muzambinho (hoje Praça Pedro de Alcântara
Magalhães) como “o mais belo do Sul de Minas”. O capítulo cita inúmeros
personagens da história de Minas Gerais.
Personagens Citados: Américo Luz, Cel. Francisco Navarro de Moraes
Sales, Carlos Góes, Aristides Coimbra, Luiz Antônio de Morais Navarro (Barão de
Cabo Verde).
Capítulo IX (p. 63 – 67) – Associa-se o fim da república com o fim
das casas de pau-a-pique substituídas por casas de tijolos, associa-se a
população da cidade em 2950 habitantes e 523 casas (há estatísticas de todo
tipo, algumas que indicam até 26 mil habitantes em Muzambinho de 1901). Retoma
o clima político, a vida econômica, o progresso, os fundadores, lembra tipos
como a negra do Brejo Alegre “Maria-da-Fita”. Depois de três asteriscos passa a
falar do Dr. Fernando Avelino Correia e sua primeira escola em Muzambinho, o
professor é considerado médico do corpo e da alma e considerado altamente
idealista: “O extraordinário papel que
representou, fundamentalmente, a sua escolinha para Muzambinho, para o Sul de
Minas, para os seus pósteros”. O capítulo fala muito da política de Júlio
Tavares e sua relação com Américo Luz. A exaltação de Júlio Tavares é feita no capítulo.
O capítulo também apresenta episódio que Américo Luz teria sido contra a
divisão do estado de Minas Gerais, sendo o Sul uma região autônoma. O capítulo
cita que Francisco Navarro passou a direção da cidade para Júlio Tavares a fim
de conduzir a Estrada de Ferro Muzambinho, porém, aparentemente, isso não
ocorreu. O capítulo fala sobre a queda de Júlio Tavares citando episódios
eleitorais de confusões no distrito de Guaxupé, onde eleitores falecidos
votaram através de falsos eleitores.
Personagens Citados: João Vieira Homem, Pedro de Magalhães,
Maria-da-Fita, Artur Paolielo, Alcindo, Dr. Fernando Avelino Correia, Francisco
Navarro, Júlio Tavares, José Mariano de Almeida, Américo Luz, Joaquim Luna de
Miranda Couto, Totó Coimbra, Camilo Paolielo, Dr. Valdemar de Tavares Pais, D.
Iracema de Tavares Dias Nardi.
Capítulo X (p. 69 – 72) – O capítulo fala da escolinha do Dr.
Fernando se tornando Lyceu em 1901. Fala da chegada de Salathiel e Júlio Bueno.
Faz uma biografia completamente absurda de Júlio Bueno, como se ele fosse Júlio
Bueno Brandão, que foi presidente de Minas Gerais (o literato de Campanha era
um simples professor e intelectual de nome Júlio Brandão Bueno, e não o
personagem citado por Soares). O capítulo fala dos três acontecimentos de progresso
pra Muzambinho: a igreja, a ferrovia e o Lyceu. Termina o capítulo contando a
chegada de outro moço para Muzambinho: o Dr. Lycurgo Leite. Alguns trechos
deste capítulo são citados na dissertação. O capítulo também fala do jornal “O
Muzambinho” fundado por Luiz Prado conforme diz o livro (já vimos que antes de
Luiz Prado o jornal já havia sido editado algumas vezes). O capítulo fala da
importância do Conde Ribeiro do Vale para a ferrovia. Atribui a descendência do
Dr. Lycurgo a João Ramalho e Tibiriçá, passando por Amador Bueno, fazendo
biografia do político: cita um episódio da vida jurídica do jovem advogado.
Personagens Citados: Dr. Fernando Avelino Correia, Dr. Urbano
Galvão, Salatiel de Almeida, Júlio Bueno; Padre Isaú dos Santos, Luiz Prado,
Américo Luz, Conde Ribeiro do Vale; Licurgo Leite, João Monteiro de Meireles
Leite, D. Maria de Almeida Meireles Leite; Francisco Pereira de Castro
(Castrinho), D. Olímpia Garcia Pinto, Luiz, Nadéia, José e Francisco; José
Manoel Cardoso.
Capítulo XI (p. 73 a 83) – o texto começa falando do convite de
Bias Fortes para que Américo Luz seja vice de João Pinheiro na chapa de
sucessão de Francisco Antônio Sales (todos tratados por Dr.), o capítulo faz
uma biografia de Américo Luz, enaltecendo ele como um herói, inclusive
mostrando a recusa de Américo Luz a ser vice para que lute pela Cia Estrada de
Ferro Muzambinho “Todavia, a Estrada de
Ferro Muzambinho ainda continuava tendo a Estação Fluvial como ponto final,
onde ficou paralizada por muito tempo, em virtude da precariedade de suas
ações”. Depois, em seguida, biografa Leopoldo Poli, e sua vida como
jornalista e sua vida intelectual, voltando depois para Américo Luz e sua
atuação na Estrada de Ferro. Fala no texto sobre a transferência da Estrada de
Ferro Muzambinho para Mogiana no governo Hermes da Fonseca, com ação de Américo
Luz, Cel. Lucas de Magalhães, Cnde Ribeiro do Vale e Dr. José Pereira Rebouças,
engenheiro-chefe da construção. Fala do convite de Américo Luz para Diretor da
Casa da Moeda (também não aceito) durante o governo Hermes da Fonseca, convite
feito por Francisco Sales. Fala da construção do ramal que liga Tuiuti até
Guaxupé em 1919 com a Mogiana com os engenheiros F. Machado de Campos, H. von
Brever, Artur Loefgren, André V. Rebouças, Cardinali e Joaquim do Amaral
Gurgel. Cita os empreiteiros: dr. Leite de Castro (Guaxupé – Muzambinho),
Américo Luz e Arlindo Luz (Muzambinho – Tuiuti). “Por esse tempo, Muzambinho viveu dias de paz, de tranqüilidade e de
intenso e fecundo trabalho de organização e reorganização municipal, sob a
administração de Francisco Paolielo, que foi, pela terceira vez, eleito
deputado no Governo Wenceslau Braz”. Conta que na época se construíram
estradas pelos lavradores; a limpeza dos quintais, ruas e fachadas; um pavilhão
de dormitórios e novas salas de aula para o Lyceu e diz que Muzambinho foi
reconstituído incorporando ao município Monte Belo, Juruaia, Tuiuti e Santa
Cruz da Aparecida. Faz-se uma divisão com três asteriscos e continua falando
sobre a construção da ferrovia no trecho Tuiuti-Guaxupé, sobre o movimento em
Guaxupé e o consumo da “loira” cerveja, cita diálogos e fala da participação do
construtor de estradas Vasco Azevedo, durante o trecho cita as relações dos
políticos em geral com a Mogiana. Outro trecho, dividido por três asteriscos
fala sobre os engenheiros utilizados e a perfeição dos cortes realizados. Um
outro trecho fala sobre a tentativa de Américo Luz de fazer o entroncamento de
ferrovias (Mogiana com Rede Sul Minas) acontecesse em Monte Belo e não em Tuiuti,
alegando que a topografia de Monte Belo era melhor, mas, diz que não conseguiu
isso, que seria muito bom para Monte Belo, pois não houve empenho das pessoas
influentes do distrito. Cita que o Dr. Rebouças em viagem de inspeção naquela
área teve o interesse de deslocar parte das grandes oficinas de Ribeirão Preto
para Monte Belo, caso os políticos trabalhassem para que o entroncamento fosse
para lá, e, isso não aconteceu. O capítulo continua falando sobre a construção
da estrada com longos e importantes detalhes, destacando a participação de
Américo Luz e do Conde Ribeiro do Vale, sobre os engenheiros que participaram,
sobre a chegada até Tuiuti no entroncamento, sobre Francisco Paolielo
“degolado” no governo Artur Bernardes, sobre a vida de Américo Luz. Fala sobre
os planos de prolongamento: de Canoas (Guaranésia) até Mococa, de Guaxupé até
Abadia do Porto Real no rio São Francisco passando por Jacuí, Bom Jesus (da
Penha), São Sebastião da Ventania (Alpinópolis), Pontal, Pium-í e Perobas; e
outra de Canoas a Dores do Aterrado passando por São Sebastião do Paraíso. Fala
no final, sobre o empenho do Conde Ribeiro do Vale para que a Mogiana atinja a
Rede Sul Minas, não conseguido em virtude do privilégio da Cia Estrada de Ferro
Muzambinho com aquela região toda. Depois de mais três asteriscos fala sobre o
Conde Ribeiro do Vale, um pouco de sua vida, e sobre a estrada de ferro em
Guaxupé e os planos de prolongá-la até Mococa (entroncando com a linha de
Ribeiro do Vale até Júlio Tavares), e conclui com a aquisição do trecho da
divisão paulista até Guaxupé pela Mogiana. Três asteriscos, e fala-se mais
sobre estrada de ferro e a autorização da venda da Estrada de Ferro Muzambinho
para Mogiana em 30 de julho de 1907, e sobre a autorização da Câmara junto com
o Cel. Ribeiro do Vale em 2 de maio de 1908 para construção, uso e goso do
ramal férreo. O último trecho, separado por três pontos, conclui a história
férrea, falando sobre a concessão do governo à Companhia Viação Férrea Sapucaí
o arrendamento da linha ferra Minas Rio e Muzambinho para construção da Rede
Sapucaí e da Rede Viação Sul Minas, incluindo prolongamento de Tuiuti até Santa
Rita de Cássia e ramal para Passos, passando por Jacuí. Falou dos trechos de
Tuiuti à Guaxupé, Guaxupé à Monte Santo, Monte Santo à São Sebastião de
Paraíso, do ramal de Passos, havia também projetos de ligação de Tuiuti à Cabo
Verde e São José do Rio Pardo (elaborado pelo engenheiro Gustavo Capanema), o
que não foi possível. Fala de aspectos técnicos das várias sessões criadas, do
entroncamento em Tuiuti, das diversas estações em várias localidades e sobre
vários outros ramais que foram sendo criados, inclusive o de Jaboti, Japí e
Biguatinga. (Fala-se também de ramais em toda região até Passos). No início do
capítulo cita-se que Américo Luz com sua oratória impressionou Costa Machado.
Interessante que o Bar Avenida é citado várias vezes no capítulo como ponto de
encontro dos engenheiros – o bar existe até os dias de hoje. Fala também que o
Patronato foi conseguido devido à atuação de Américo Luz na Câmara Federal.
Cita a existência da Américo Luz & Cia, companhia construtora de estradas
de ferro.
Personagens citados: Américo Luz, Francisco Paolielo, Leopoldo
Poli, Licurgo Leite, Cel. Lucas de Magalhães, Conde Ribeiro do Vale, José
Pereira Rebouças, F. Machado de Campos, H. von Brever, Artur Loefgren, André
Veríssimo Rebouças, Cardinali, Joaquim do Amaral Gurgel, dr. Leite de Castro,
Arlindo Luz, Antônio Costa Monteiro Filho, Machado de Campos, Vasco Azevedo,
Cerqueira Lima, J. Ferreira Sobrinho, Isaac Pereira Garcez, F. Bartolomeu, Cel.
Carlos Prado, Francisco Navarro de Moraes Sales, Jaguanharo Miranda, I. D.
Leite de Castro, Emg. Queiroga, Carlos Bucchianeri, Mário Rodrigues. A maioria
dos nomes desconhecidos são engenheiros.
Capítulo XII (p.85 a 106) – fala sobre de 1914 em diante o “vasto e
fértil” município de Muzambinho a partir da estrada conseguida por Américo Luz
e pelo Conde Ribeiro do Vale, cita da importância econômica da estrada de ferro
para que a lavoura escoe e sobre o trabalhador rural (usa um tom otimista,
romântico e propagandista, exagera no estilo: “manejava o leme da nau municipal, o Cel. Aristides Coimbra”). Fala
da fundação do Patronato na parceria de Aristides Coimbra e Francisco Paolielo;
sobre outras ações da administração de Francisco Paolielo: a construção do
belíssimo jardim na praça dos Andradas (hoje Presidente Vargas, diz) “considerado um dos mais belos de minas”
inaugurado a 15 de agosto de 1922, sobre o amparo às escolas públicas
melhorando as condições sanitárias, e sobre a fundação do Clube Recreativo por
Licurgo Leite, José Januário de Magalhães, Temístocles Dias, Luiz Paolielo e
José Poli. Falando ainda sobre Aristides Coimbra diz que dirigiu em 1915 “O
Muzambinho”, órgão oficial da Câmara Municipal, editado em 1911 por José
Sebastião de Souza auxiliado por Honório Armond, redigido por Leopoldo Poli “o mais assíduo jornalista muzambinhense”,
que retornara a Muzambinho para ser escriturário da prefeitura. Continua
biografando Aristides Coimbra, como deputado estadual nos governos de Raul
Soares e Melo Viana e seu falecimento em agosto de 1929, alegando que foi
sucedido na política “notável advogado e
brilhante homem público – Dr. Licurgo Leite”. Cutuca-se o líder tucano com
o trecho “Este muito deve a sua ascensão
à inabalável solidariedade que manteve o deputado Aristides Coimbra em face de
Melo Viana, quando ele podia, aquiescendo dos convites de Antônio Carlos,
continuar o seu domínio político” (o livro foi encomendado por pica-paus,
no poder, e aqui, Dr. Licurgo recebe uma crítica por ter abandonado Melo Viana
para ficar com Antônio Carlos – claro, tal trecho é difícil de compreender).
Cita que Aristides era casado com d. Elvira de Oliveira Coimbra filha da
Ciscondessa de Caldas e falecida a 17 de maio de 1937. Três asteriscos,
continua falando sobre os feitos da época entre 1914 e 1930, considerando a “faceta mais famosa, mais eloqüente, mais
viva, mais brilhante da vida de Muzambinho, que vai de 1914 a 1930”, nas
administrações de Aristides Coimbra e Francisco Paolielo, tenta-se enfocar a
educação, mostrando a importância do Lyceu de Salathiel de Almeida. Atribui a
fundação do Lyceu à Américo Luz e ao Cel. Navarro, elogia Salathiel e cita “A parte propriamente pskco-pedagógica,
tornou-se sadia, e, como um pássaro de asas potentes, foi muito além das
divisas da cidade, razão por que esta começou a ser conhecida por meio deste
honroso e justo cognome – “Athenas do Sul de Minas”.” Cita as festas
litero-musicais de Salathiel de Almeida que organizava “segundo o fito único de incentivar a mocidade estudantil, à medida que
se sucediam, logravam maiores requintes artísticos e mais frizantes se tornavam
como um suplemento educacional, evitando, pois, a monotonia dos programas de
ensino, que eram, nessa época, geralmente, esgotados durante o ano todo, sem um
derivativo.” Fala sobre as brilhantes conferências com oradores notáveis e
sobre as festas: “Essas festas
extra-programas, das escolas modernas, eram observadas por Salatiel de Almeida
nos seus mínimos detalhes como imprescindíveis adendos aos programas
cotidianos, todos psicopedagogicamente estalonizados.”[3].Cita
a lista de professores do Lyceu, e, faz uma série de comentários, quase todos
já citados na dissertação, sobre os professores, a qualidade do curso, as esposas
de Salathiel, o grupo Cesário Coimbra, a Escola Normal e sobre os poetas. O
texto continua citando poetas de Muzambinho, citando a princípio a profa.
Zenaide Vilalva e Luna de Miranda Couto. Este capítulo é notável pois cita a
vida e obra de quatro importantes poetas de Muzambinho: Pedro Saturnino,
Honório Armond, Uriel Tavares e Michelet Navarro, da página 89 a 106. O livro
História de Guaxupé conta melhor a vida de Uriel Tavares, sua concomitância de
trabalhador braçal e professor da Academia de Comércio São José, sua vida
desregrada e alcoolismo e sua morte estúpida e sem sentido na cadeia de Guaxupé
durante um ataque epilético: o brilhante poeta teve uma vida miserável. Muitos
são os poemas analisados e os 4 poetas são detalhadamente estudados como poetas
e intelectuais, inclusive nas características de sua poesia: Pedro Saturnino,
que na época vivia em Tapiratiba, era bucólico e falava sobre natureza,
pássaros e cachoeiras (fez um poema especial sobre a Pedra Lisa, cachoeira
suburbana de Cabo Verde, cidade onde nasceu). Honório Armond falava do além, da
morte, do sobrenatural, do ciclo da vida (e por isso foi psicografado por Chico
Xavier). Uriel Tavares fala sobre tristeza, dor, miséria e a busca pela
liberdade (que ele encontrou com a morte em 20 de março de 1938), Jackson de
Figueiredo citava a poesia “A Fonte” do poeta como a mais bela produção
bucólica brasileira contemporânea (citada na íntegra o livro), há um poema dele
chamado “Guatapará” (seria em alusão ao bairro rural?), o poeta tem influência
de Alberto de Oliveira e Vicente de Carvalho e principalmente do poeta
português Antônio Nobre (Uriel foi descoberto por Carlos Góes e incentivado por
Pedro Saturnino para que escrevesse o poema “Flor do Lácio”, toda sua obra foi
publicada em “Poesias Completas”). Sobre Michelet Navarro diz o autor: “Através de sua poesia deixa, pois, bem
subtendida a sua concepção volutuosa e epicurista da vida, o que equivale a
dizer que se os versos de Uriel ressumbram um panteísmo sereno, os de Michelet
derramam um pansensualismo estuante”, o poeta falava de volúpia, de sexo
(de forma subliminar), de sensualidade, era erótico, seu poema se aproximava de
Batista Capelos e B. Lopes. Segundo o deputado Valdomiro Barros de Magalhães,
apenas um poeta se comparava a Michelet: Antônio José de Almeida. Muito
produtiva a leitura dos poetas muzambinhenses citados no texto em quase 20
páginas, apesar de que, dois deles apenas nasceram em Muzambinho: Uriel e
Michelet, e ambos moraram grande parte da vida fora da cidade.
Personagens citados: Américo Luz, Conde Ribeiro do Vale, Aristides
Coimbra, Francisco Paolielo, Cesário Coimbra, Licurgo Leite, José Januário de
Magalhães, Temístocles Dias, Luiz Paolielo, José Poli, José Sebastião de Souza,
Honório Armond,
Elvira de Oliveira, Viscondessa
de Caldas, Cel. Francisco Navarro, Salathiel de Almeida, Júlio Bueno, Jackson
de Figueiredo, Dr. Gustavo Avelino Correia, prof. José Fraissat de Almeida, Dr.
Armando Coimbra, Dr. Manoel Pinto Pereira, Dr. Fernando Avelino Correia[4], José
Avelino Correia, Dr. José Tocqueville de Carvalho, Prof. Benjamim Rondineli,
Dr. José Álvares de Abreu e Silva, Prof. Pedro Saturnino, Dr. Mário Magalhães,
Dr. Almeida Magalhães, Dr. Magalhães Alves, Assis Cintra, Perilo Gomes, Pedro
Nolasco, Carlos Góes, Vilhena de Moraes, Saint-Clair de Magalhães Alves, A. J.
Correia Pinto, Dr. Noé de Azevedo, Dr. Álvaro Benício de Paiva, Dr. Osvaldo
Valadão, Dra. Ruth de Assis, Dr. Odilon de Azevedo, Prof. Eurico Cunha, Dr.
Jaci de Assis, Corina, Lila de Almeida, Conceição de Almeida, Camilo Paolielo[5],
Amadeu Amaral, Alfredo de Assis, Zenaide Vivalva de Assis, Luna de Miranda
Couto, Felisbina Correia de Magalhães, cap. Joaquim Leonel Pereira de
Magalhães, Saturnino Vieira da Silva, Cândida de Magalhães Vieira, Judite
Navarro, Horta de Macedo, Uriel Tavares, Michelet Navarro, Dr. Valdomiro de Barros Magalhães.
Capítulo XII (p. 107 – 109) –
é um breve capítulo que comenta a Aliança Liberal e Dr. Licurgo Leite.
Começa falando sobre a morte de Aristides Coimbra e seus feitos, como fundador
e presidente das instituições: Clube Recreativo (15 anos), Santa Casa de
Misericórdia (10 anos) e Banco Comércio e Lavoura. Associa o nome de Aristides
com o de Licurgo Leite, citando-o como autor de Código Civil Anotado. Após três
asteriscos começa a falar sobre Licurgo Leite, sua eleição para presidente da
Câmara em 1929, depois de uma viagem de 6 meses para a Europa, recepcionada por
muzambinhenses no cais do porto de Santos: cita neste trecho, em algumas
linhas, a campanha da Aliança Liberal, suas motivações, o papel do presidente
Antônio Carlos e sobre a recepção que o Dr. Licurgo fez para Antônio Carlos em
Muzambinho na campanha da Aliança Liberal. Três asteriscos fala em seguida
sobre a estadualização do Liceu, do empenho do Dr. Licurgo em Belo Horizonte
com apoio de Aristides e Augusto Coimbra para conseguir o Ginásio Estadual e
depois das revoluções de 1930 e 1932 quando Licurgo, na última, ficou do lado
oposto de seu irmão Aureliano Leite apoiando Olegário Maciel. Na última parte,
também separada por três asteriscos, fala do final da carreira do Dr. Licurgo
até sua morte, citando seus feitos e enaltecendo sua pessoa, diz que de algum
modo o Dr. Licurgo não morreu pois deixou memórias e herdeiros. Cita também que
o bispo D. Ranulfo foi quem fez pessoalmente as homenagens no velório do
político.
Personagens citados: Aristides Coimbra, Licurgo Leite, Augusto
Coimbra, Aureliano Leite, Ranulfo da Silva Farias, Luiz Leite, Licurgo Leite
Filho, Mário Leite, Marieta Leite.
Capítulo XIV (p. 111 a 127) – começa falando que o encerramento do
livro enaltecerá o chefe político da cidade, o Dr. José Januário de Magalhães.
Inicia falando sobre a brilhante vida acadêmica como médico do Dr. José
Januário com sua tese de doutoramento sobre a Oxygenotherapia Hypodérmica nos
Estados confusionais, no Nervosismo e na Epilepsia, cita entre outras coisas, a
trajetória acadêmica do médico nas escolas de Muzambinho e no Colégio São Luiz
de Itú. O segundo trecho, separado por três asteriscos, fala que Dr. José
Januário teve sua vida diferente dos outros governantes, pois passou por
momentos de crises políticas que não existiam antes, fala sobre as dores que
ele passou durante sua administração com os ataques e como ele aprendeu e
amadureceu com os ataques (é uma exaltação ao prefeito). Só neste trecho de
pouco mais de 1 página encontramos os seguintes adjetivos para ele: filho de
Muzambinho, honrado, reverenciador do passado, acatador de sugestões, útil,
manentedor da tradição, lutador, aspecto capaz, mantedor de atos retilíneos e
enérgicos, vencedor, palinuro, dextro, experiente, predisposto a responder
pelos seus atos, democrata, irretorquível, jovem, inteligente, sensível,
educado, forte, justiceiro, afetuoso, empreendedor, modesto, grande,
perseverante, amoroso enraizado, puro. O trecho critica a subversão e os
adversários (ou seja é uma propaganda pica-pau). Mais três asteriscos, reproduz
um discurso do Dr. José Januário na inauguração de um retrato do presidente
Vargas no Patronato, no discurso enaltece o presidente da república (que o
nomeou prefeito e deixou ele no poder muitos anos) como um santo que trouxe o
progresso ao país – o texto que fala também da importância dos patronatos
agrícolas ainda continua após três asteriscos, diz que “Os Patronatos Agrícolas, vanguardeiros da zona rural, conduzem para o
campo uma geração nova de agricultores que, estou certo, farão a grandeza do
Brasil de amanhã”. Tal trecho me faz suspeitar de que o patronato tenha
sido desde o início uma FEBEM. Mais três asteriscos e o Dr. José Januário
continua sendo exaltado pelo seu caráter e como médico, são duas páginas de
rasgação de seda e elogios exagerados ao prefeito. Mais três asteriscos, começa
a se falar do Dr. José Januário como patriota, e mais exagero, exaltação e idolatração
do prefeito (por um livro feito sob sua encomenda): o trecho cita o discurso de
posse em 1932 e muito do ufanismo, fala sobre algumas das obras do Mercado
Municipal (onde hoje é o Fórum) da Igreja N. S. da Aparecida construída por
Frei Florentino e cita o chefe Licurgo Leite. Na página 118 começa a falar
sobre a tentativa de cessação deste negada pelo governador Valadares (já vimos
que a Câmara presidida por A. Magalhães Alves tenta cassar o prefeito). O
trecho não cita que A. Magalhães Alves era o autor da cassação, mas, apresenta
uma certidão nas páginas 118 e 119 onde mostra elogios do Conselheiro A.
Magalhães Alves ao prefeito (é um trecho irônico, na tentativa de ridicularizar
Magalhães Alves que em 1936 tornou-se inimigo político e feroz adversário do
médico – no trecho apresenta votos de elogios de Magalhães Alves ao médico). O
trecho continua com discursos de exaltação do médico prefeito e de seus feitos
e no final fala da descendência do Cel. Navarro. Mais três asteriscos fala
sobre a luta dos jornais “O Muzambinho” e “O Muzambinhense”, pica-paus e
tucanos (não cita esses nomes), elogia o Estado Novo e fala sobre algumas obras
do prefeito médico: a Praça Pedro II, o Cruzeiro de Pedra inaugurado pelo bispo
D. Ranulpho, o calçamento completo da Av. Governador Valadares, e três jardins:
em torno do Cruzeiro, na Praça D Pedro II e na Av. Governador Valadares. Também
cita a criação do Automóvel Clube por Antônio Inacarato, Renato Bandeira de
Melo, Dr. Fábio Coimbra, Dr. Armando Coimbra, João Vicente Cipriani, Floriano
Carli e outros. Continua após um espaço, a falar de Muzambinho um fato
inverídico “a união da família muzambinhense, fragmentada no campo da luta
inglória dos partidos políticos”, como se acabasse a luta (sufocada pela
ditadura do Estado Novo). Cita dois discursos na inauguração do Automóvel
Clube, um do Dr. José Januário e outro do Dr. Licurgo Leite Filho em 9 de junho
sobre o fim das lutas partidárias, discurso organizado convenientemente
(manipulado). No discurso é citada a data dois de junho de 1940 (p. 127). O
último trecho, marcado por três asteriscos, exalta o Estado Novo e o Presidente
Vargas. Parece que no capítulo o médico quer se exaltar e agradar a sociedade
médica nacional, pois há alguns trechos de exaltação de médicos famosos e
sociedades de medicina. No texto ele cita que o Cel. Navarro era um dos maiores
admiradores da política do Dr. José Januário, em entrevista em 1928 com João de
Minas (interessante esse trecho, pois até 1928 Dr. José Januário não havia
exercido qualquer cargo político).
Personagens citados: Dr. José Januário de Magalhães, Dr. Pernambuco
Filho, Zuleide Romano, Vitório Romano, Frei Florentino, Dr. Licurgo Leite, José
de Assis Sobrinho, Magalhães Alves, Coronel Heleodoro Mariano de Almeida, Artur
Carlos de Souza, Cel. Navarro, Ademar Paolielo[6],
Lamartine Navarro[7],
Greenhalf Paolielo[8],
Lindolfo Paolielo[9], Odiylo
Navarro[10],
Lafaiete Navarro[11], Moacir
Navarro[12],
Odilon Navarro, Leopoldo Poli, Profa. Albertina Magalhães, Ranulfo Faria[13],
Antônio Inacarato, Renato Bandeira de Melo, Dr. Fábio Coimbra, Dr. Armando
Coimbra, João Vicente Cipriani, Floriano Carli, Padre feri Geraldo van Sambech,
João Januário de Magalhães, Francisca Vieira de Magalhães. (Filhos do Dr.
Zezéca e seus cônjuges: D. Elvira, Carlos Prado Filho, D. Tereza, Guilherme
Cabral, D. Maria, José Avelino Correia, Dr. João, D. Estela Rios Pinto. Sua
esposa: Maria Luiza da Cunha Magalhães, filha de Antônio José da Cunha Júnior e
D. Ainda Leite Cunha, esta última, irmã do Dr. Licurgo Leite).
Todo material e imagens dessa página são livres e podem ser utilizados de acordo com a licença:
citando como autor Otávio Luciano Camargo Sales de Magalhães
[1] Trata-se de Francisco Teive de Almeida Magalhães.
[2] Luiz Antônio de Morais Navarro, Barão II de Cabo
Verde.
[3] O fracasso da administração da profa Lindalva se deveu
principalmente por querer moralizar a escola acabando com as festas e com a vida
cultural extra-classe intensa que a escola tinha, desde a época de Salathiel
até antes de sua administração.
[4] Cita o autor que faleceu em 17 de junho de 1934.
[5] Considerado bom poeta por Jackson de Figueiredo.
[6] Médico, Chefe da Região do Serviço de Febre Amarela em
SP, PR e SC. Neto do Cel. Navarro (SOARES, 1940).
[7] Advogado do Patrimônio e Cadastro da Estrada de Ferro
Sorocabana. Neto do Cel. Navarro (SOARES, 1940).
[8] Engenheiro arquiteto da prefeitura de SP. Neto do Cel.
Navarro (SOARES, 1940).
[9] Delegado de Polícia Regional de MG. Neto do Cel.
Navarro (SOARES, 1940).
[10] Alto funcionário da Estrada de Ferro Sorocabana. Neto
do Cel. Navarro (SOARES, 1940).
[11] Filho do Cel. Navarro, promotor em Muzambinho.
(SOARES, 1940)
[12] Filho do Cel. Navarro foi professor de Psicologia
Infantil na Escola Normal Oficial de Monte Santo, chefe da Embaixada Médica da
Faculdade de Medicina da USP, percorreu vários países da Europa entre dezembro
e abril de 1939, foi recebido na Alemanha como membro da Academia-Médica-Fermano-Ibero-Americana.
Soares (1940) cita as cidades e banquetes que passou pela Alemanha, de Colônia
até Berlin (várias cidades).
[13] Soares (1940) cita que na época do livro D. Ranulfo
era arcebispo de Maceió.