Fernando Avelino Correia, Dr. – Natural de Campanha – MG, médico e professor, fez carreira política em Muzambinho (onde foi vereador). Foi deputado provincial na 27ª (última) Legislatura do Império (1888-1889).
A Escolinha do prof. Fernando Avelino Correa
Fernando Avelino,
natural de Campanha, conheceu o Cel. Navarro
naquela cidade em 1874 (SOARES, 1940), fez Faculdade de Medicina no Rio de
Janeiro em 1885, e começou a sua profissão em Carmo do Rio Claro. Em 1888, Cel.
Navarro foi eleito para um biênio como deputado
provincial em Minas Gerais, e convidou o seu colega de bancada Fernando Avelino
assim que a assembleia provincial foi desmanchada pela Proclamação da Reública
para ir a Muzambinho em 1891 montar uma escola (SOARES, 1940).
Na
sala-de-visitas de sua casa, ainda que acanhada, teve ele [Dr. Fernando Avelino
Correa] o seu campo de ação para combater o analfabetismo. Lutou com devoção,
por muito tempo, para estabilizar a sua escolinha particular. Muitos foram os
alunos que lhe solicitaram ingresso à escolinha humilde que ele criara, sem a
mais pálida intenção de provento algum. (SOARES, 1940)
Ainda sobre a escolinha do dr.
Avelino:
Foi ele o primeiro diretor da novel instituição
educacional e, em exercícios sucessivos, foi, também, professor emérito de
algumas de suas cátedras.
Auxiliou-se
com rara proficiência, de início, para realização de tão magnificente objetivo,
o Dr. Urbano Galvão.
Pode-se
dizer que o Liceu teve a sua vida embrionária na escolinha particular que o Dr.
Avelino Corrêa manteve durante uns oito anos, uma vez que a Câmara Municipal
encampou-a, deu-lhe um prédio novo, subvencionou-a, transformando-a, enfim, num
“curriculum” mais amplo material e pedagogicamente. (SOARES, 1940).
Dr. Fernando Avelino
Correa (foto da Galeria de Diretores da
Escola Estadual Prof. Salatiel de Almeida)
Alguns documentos apontam a criação da escolinha pelo prof. Urbano
Galvão, que, teria em 1901 deixado a escola dando lugar ao prof. Salathiel de
Almeida, nome de maior magnitude
nessa história, do qual falaremos mais no capítulo seguinte:
Nos fins do século passado, o dr. Urbano Galvão criou, nesta
cidade, um curso particular em que lecionavam ele e o dr. Fernando Avelino
Correa.
Em
1901, o dr. Urbano retirou-se de Muzambinho, razão pela qual, o dr. Fernando
convidou o dr. Salathiel Ramos de Almeida, para substituí-lo. Era um curso
modesto, com poucos alunos, numa cidade pequena.
Mas a
idéia grande havia surgido e, com ela, o impulso para a sua realização.
Nesse
mesmo ano, ficou assentada a criação pela Câmara de um estabelecimento de
instrução secundária. E devido aos esforços do dr.Wladimir do Nascimento Matta, do Cel. Francisco Navarro de Moraes Salles, do dr. Fernando Correa, do dr. Salathiel de Almeida, do Cel. Valério Lacerda e outros, foi
criado o Lyceu (Lei Municipal
n. 145, de 26 de Setembro de 1901). (LYCEU, 1928b)
Algumas outras versões são apresentadas. Montanari nos conta da chegada
de Salathiel em Muzambinho, em 1899.
Convidado a lecionar em Muzambinho, na Escola Pública
Municipal , tomou posse de primeira cadeira em 20 de agosto de 1899. A partir de 1901, o
prof. Salatiel passou a acumular as tarefas de professor do Liceu Municipal de
Muzambinho, por ele criado juntamente com Fernando Avelino Correa, que o
dirigiu até 1904, quando cedeu o cargo de diretor ao mestre-escola de Lambari.
Neste cargo o Dr. Salatiel permaneceu por mais de três décadas e meia
(MONTANARI)
O jornalista e político Carlos Lacerda nos dá outra versão, falando da chegada de
Salathiel em 1896:
Em 1896, um jovem professor mineiro, Salatiel Ramos de
Almeida, filho de Campanha, chegou a Muzambinho e fundou uma escola, que em
1902 se transformou em ginásio. (LACERDA, 1951a)